Segundo a declarante Amélia Mussara, citada pela RM, o processo de requalificaçao de documentos do Ministério do Trabalho e Seguranca Social, entre 2015-2019 poderá ter contribuido para o desaparecimento de uma enorme quantidade de informação vital para esclarecer o processo do desvio de mais de 113 milhões da DTM.
Em sede de audiência e julgamento, a declarante Amélia Mussara, da direcção provincial do Trabalho na provincia de Maputo, disse que cada departamento ou sector tinha a responsabilidade de requalificar os seus documentos.
Amélia Mussara contou ter vivenciado um episódio, em 2019, sem precisar o mês, no entardecer ligou lhe o coordenador da equipe da do Sistema Nacional do Arquivo do estado.
O individuo disse que estava na lixeira de Malhanpsene com documentos que pretendiam incinerar.
Entretanto, uma vez que não dispunham de credencial para o efeito foram interditos o acesso a lixeira, e se dirigiram a direcção provincial do trabalho de Maputo para depositar os documentos naquela unidade sem o consentimento da direcção local.
Foi através do guarda desta unidade que a direcção tomou conhecimento através de uma chamada telefónica.
Uma vez que o episódio teria acontecido durante o final de semana, no primeiro dia laboral, a direcção foi confrontada com enormes quantidades de documentos espalhados que até impediam a entrada de viaturas e funcionários da instituição.
Alguns destes documentos estavam nas pastas do arquivo morto e outros a sobrevoar pelas instalações daquela unidade do estado.
Segundo pode constatar faziam parte deste espólio abandonado correspondências do gabinete do Ministro, documentos confidenciais, orçamentos entre outros.
Ainda esta sexta-feira, foi ouvido o antigo director provincial do trabalho em Inhambane, João Almeida a pedido da defesa de Anastácia Zitha antiga directora para o Trabalho Migratório.
As questões sobre João Almeida se cingiram em justificar a utilização dos valores da DTM em benefícios do road Show na região sul do pais, um valor cuja contraparte sul-africana da Mine worker Found Project mostrou disponibilidade em pagar os custos da deslocação e outros encargos inerentes.
Entre reparos ao curso do julgamento, a juíza da causa, Ivandra Uamusse disse em função das respostas que tem sido dadas pelos declarantes há espaço para instauração de novos arguidos em função das declarações proferidas em sede de audiência e julgamento.
E ainda não avançou com nenhuma acção nesse sentido pois vezes sem conta se cinge a apelos para que os declarantes pautem por dizer a verdade e as implicações de se furtar desse factor.
O julgamento prossegue na próxima terça-feira com as alegações finais pelos advogados de defesa dos 11 arguidos.