O Presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir e o vice-Presidente Riek Machar concordaram em formar um comando unificado das forças armadas, uma das várias questões não resolvidas que bloqueavam a implementação do pacto de 2018 para pôr fim a cinco anos de guerra civil, este acordo surge após mediação do vizinho Sudão, segundo a agência AFP., citada pela RM.
“A paz é uma questão de segurança e hoje (alcançámos) um marco importante”, disse Martin Abucha, que assinou o acordo em nome do partido de oposição de Machar, o SPLM/A-IO.
“Trata-se de informar todos que somos pela paz e que todos temos de trabalhar pela paz”, acrescentou Tut Gatluak, conselheiro de segurança do Presidente Kiir.
As tensões entre as forças leais a Kiir e o antigo líder rebelde Riek Machar aumentaram recentemente, suscitando receios internacionais de um regresso a um conflito em grande escala na nação mais jovem do mundo.
Os dois homens fortes estiveram presentes na cerimónia de assinatura do acordo na capital Juba, que prevê uma divisão – 60% para o campo do presidente e 40% para Machar – em posições de liderança no exército, na polícia e nas forças de segurança nacional.
Mohamed Hamdan Daglo, atualmente número dois no conselho governamental sudanês, após o golpe de 25 de Outubro em Cartum, chegou a Juba na sexta-feira para tentar encontrar soluções no âmbito das disposições de segurança do acordo de paz.
Esta mediação ajudou a alcançar um consenso, enquanto Kiir tinha emitido um decreto presidencial, a 25 de Março, sobre a formação da estrutura de comando, rapidamente rejeitada pelo Sr. Machar, denunciando uma iniciativa “unilateral”.
Desde a independência do Sudão do Sul, em 2011, o país tem sido flagelado pela violência político e étnica e pela instabilidade crónica, que o tem impedido de recuperar da guerra civil sangrenta que provocou quase 400.000 mortos e quatro milhões de deslocados entre 2013 e 2018.