Há relatos de deslocados Makondes que têm muito mais benefícios que as demais etnias. Mas investigador lembra que nem todos Makondes são ricos. Para evitar conflitos, ONG defende igualdade na atribuição das ajudas.
Num estudo publicado em abril sobre a situação dos deslocados internos em Cabo Delgado, o Centro de Integridade Pública (CIP) reportou, entre outras coisas, desigualdades entre deslocados. Enquanto, por exemplo, os de etnia Makonde recebem pensões do Estado e ainda ajuda de organizações não-governamentais ou associações, os das etnias Kimwani ou Makuas dependem unicamente das ajudas das associações e ONG.
Edson Cortez, diretor do CIP, falou na altura : “O que nós constatamos é que, muito antes da eclosão do conflito, em termos de transferências do Estado para pessoas na província de Cabo Delgado, o grupo étnico Makonde tem muito mais benefícios do que os demais.”
E acrescentou: “Isso não é só na província de Cabo Delgado, mas a nível de todo o país. O grupo étnico Makonde tem tendência a ter maiores privilégios porque é um grupo étnico pequeno e que tem vários antigos combatentes que, pelo estatuto, têm pensão vitalícia que passa de geração em geração”, o que a seu ver “facilita o processo de readaptação a nova vida por parte dos deslocados provenientes deste grupo.”