Suspensão do Twitter gera receio de supressão das liberdades de informação e de opinião na Nigéria. Presidente Buhari diz que plataforma desestabiliza o país e mina a existência empresarial com notícias falsas.
Na semana passada, o Presidente Muhammadu Buhari suspendeu indefinidamente as operações do gigante americano das redes sociais. Pouco antes, o Twitter apagara uma intervenção do Presidente – que ameaçou reagir com violência contra um grupo secessionista – como contrária às regras da plataforma. O movimento pró-independência Povo Indígena de Biafra (IPOB) é acusado por Abuja de ataques ao governo e à polícia na Nigéria.
A decisão do Presidente Buhari é vista com preocupação também fora do país. Os Estados Unidos condenaram a suspensão do Twitter por afetar indevidamente a liberdade de informação e opinião. Mas Buhari argumenta que a plataforma estava a desestabilizar o país e a minar a “existência empresarial da Nigéria” divulgando notícias falsas, segundo explicou o ministro nigeriano da informação Lai Mohammed: “O Twitter tornou-se a plataforma por excelência do movimento separatista IPOB, e pensamos que nenhum país do mundo aceitaria isso”.