Sociedade Isaura Nyusi assinala progressos no empoderamento da mulher mas aponta obstáculos

Isaura Nyusi assinala progressos no empoderamento da mulher mas aponta obstáculos

A primeira-dama, Isaura Nyusi, diz que “é cada vez maior a proporção de raparigas no universo de alunos”, mercê da expansão da rede escolar, da isenção do pagamento de matrículas no ensino primário, elevação da escolaridade obrigatória para 9ª classe, distribuição gratuita do livro escolar e melhoria de condições nos lares para as raparigas.

Segundo a esposa do Presidente da República, é igualmente “visível a expansão do acesso aos programas de saúde sexual e reprodutiva, planeamento familiar, rastreio do cancro do colo do útero, tratamento anti-retroviral e outros, específicos para raparigas”.

Na assistência social, por exemplo, aumentou o número de agregados familiares vulneráveis que beneficiam de projectos e outras formas de apoio, o que resultou na “melhoria das condições de vida e resiliência”, considera Isaura Nyusi.

“Apostamos na capacitação e sensibilização das famílias e comunidades, das raparigas e rapazes, visando a prevenção da violência baseada no género, uniões prematuras, gravidez precoce e outras práticas sociais nocivas”, refere a primeira-dama numa mensagem proferida esta quarta-feira, por ocasião do lançamento do mês da mulher.

Este ano, o momento será celebrado sob lema “Mulheres na liderança: contribuindo para um futuro igual num mundo com a COVID-19”.

O propósito do tema, de acordo com a primeira-dama, é sensibilizar a sociedade para reforçar as acções com vista ao empoderamento e maior participação da mulher nos processos de tomada de decisões.

Isaura Nyusi aponta que a pandemia da COVID-19, as calamidades naturais decorrentes dos ciclones, as chuvas intensas, os ataques armados em Manica e Sofala, bem como o terrorismo em Cabo Delgado como problemas que apoquentam a população, em particular as mulheres.

Apesar do envolvimento das mulheres nos órgãos de poder e tomada de decisão, em diferentes áreas, sobretudo que “outrora eram consideradas de domínio masculino”, persistem desafios. Destes, consta o facto de Moçambique estar entre os países com maior índice de pobreza, o que “condiciona o empoderamento das pessoas, assim como o alcance da almejada igualdade do género, condições necessárias para a conquista da cidadania e capacidade de ser actor social, individual ou colectivo de usar os seus recursos económicos”.

A esposa do Chefe do Estado fala ainda da necessidade de “remoção das barreiras socioculturais que dificultam o pleno desenvolvimento das mulheres, raparigas e o reforço do acesso aos serviços básicos”.