Não estão isentos de sentir medo, mas devem ocultá-lo para assumir a outra frente da pandemia da Covid-19, o do fim da linha. São eles que preparam os corpos das vítimas do Coronavírus, conservam, transportam e, no fim, os enterram. Conheça, a seguir, os profissionais que assumem o comando quando a doença vence.
Convivemos com a pandemia do novo Coronavírus há quase um ano! Com ela (a pandemia), Sónia Biane ganhou coragem para enfrentar a morte, Deca Jani aprendeu a dar valor à vida, Luís Tovela e Isaías Langa já têm medo do seu trabalho, Tomás e António Chirute preferem entregar o seu destino a Deus.
Enfermeiros, profissionais das morgues, transportadores das urnas e coveiros – eis o grupo de profissionais que lidera a frente do fim da linha todas as vezes que a Covid-19 sai como vencedora. Nos parágrafos que se seguem, contamos a história de cada um deles, como é o seu trabalho e, também, os seus medos no contexto da pandemia.
A recta final do Covid-19 (depois de a doença vencer) começa na enfermaria e, no nosso caso concreto, na Polana Caniço, onde Sónia Biane, enfermeira naquele centro de isolamento, prepara os corpos das vítimas do Coronavírus, após uma luta renhida para o vencer.
“Quando é caso de COVID-19, desinfectamos com hipoclorito 0.5%. De seguida, o hospital solicita a família para que possa trazer documentos”, contou Sónia Biane, enfermeira no Centro de Isolamento da Polana Caniço.
É através dos documentos que os familiares identificam o seu ente querido e a recordação que se tem é da última vez que o viram vivo, porque o corpo, uma vez colocado no saco de óbito, não pode mais ser visto para o último adeus.