Sociedade Seria “especulação” indicar data de decisão de investimento em Moçambique

Seria “especulação” indicar data de decisão de investimento em Moçambique

O diretor-geral da Exxon Mobil em Moçambique, Jos Evens, disse na quarta-feira (28), que seria especulação indicar uma data para a decisão final de investimento do consórcio da Área 4 nas reservas Mamba do gás natural do Rovuma.

“O futuro parece brilhante e confiável, mas apontar uma data é especulação. Depende de como o mercado evoluir nos próximos meses e anos e isso será um fator importante para os acionistas se juntarem e avaliarem a viabilidade do projeto”, referiu durante a Cimeira de Gás de Moçambique, realizada hoje e na quinta-feira na Internet.

Jos Evens respondia a uma pergunta direta sobre se a decisão seria tomada em 2021, depois de a petrolífera a ter adiado este ano, pouco depois de declarada a pandemia de covid-19 com impacto negativo na economia global.

Evens já tinha detalhado a necessidade de avaliar a nova situação global, numa primeira intervenção no evento de hoje.

“Devido às mudanças de mercado, precisamos de continuar a trabalhar com o Governo e parceiros para otimizar os planos e explorar oportunidades ligadas ao contexto de custos global”, referiu.

“Precisamos de assegura a necessária competitividade de custos do projeto. No próximo ano, os parceiros da Área 4 vão analisar a evolução e viabilidade do projeto”, explicou.

Moçambique aprovou três projetos para exploração de gás natural ao largo da costa de Cabo Delgado, norte de Moçambique.

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Há dois projetos de maior dimensão que vão canalizar o combustível do fundo do mar para terra, exportando-o em estado líquido: um é liderado pela Total (consórcio da Área 1) e está a avançar para arrancar em 2024, sendo o outro o projeto adiado da Exxon Mobil e Eni (consórcio da Área 4).

Um terceiro projeto mais avançado e de menor dimensão pertence também ao consórcio da Área 4 e consiste numa plataforma flutuante que vai captar e processar o gás para exportação diretamente no mar, com arranque marcado para 2022.

A plataforma flutuante deverá produzir 3,4 mtpa (milhões de toneladas por ano) de gás natural liquefeito, a Área 1 aponta para 13,12 mtpa e o plano em terra da Área 4 prevê 15 mtpa.

Atualmente, o projeto da Área 1 é o maior investimento privado em curso em África, avaliado entre 20 e 25 mil milhões de euros, e o empreendimento com decisão de investimento pendente da Exxon Mobil e Eni tem dimensão semelhante.

Moçambique enfrenta uma crise humanitária na província de Cabo Delgado onde uma insurgência armada que dura há três anos já provocou entre 1.000 e 2.000 mortos e 300.000 deslocados.