O Governo da província da Zambézia vai distribuir este mês terras para a construção de casas de famílias deslocadas devido à violência armada em Cabo Delgado, disse ontem (19) à Lusa fonte oficial.
“Já há um trabalho de demarcação que está a decorrer um pouco por todos os distritos que receberam as famílias e a partir de segunda-feira penso que teremos os primeiros beneficiários”, disse Nelson Ludovico, delegado do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) na Zambézia.
O processo de identificação, demarcação e atribuição de terras decorre nos distritos de Nicoadala, Namacurra e Mocuba, na província da Zambézia, abrangendo 73 famílias que se encontram naquela província do centro de Moçambique, fugindo da violência armada em Cabo Delgado.
Segundo o INGC, a província da Zambézia alberga um total de 307 pessoas deslocadas, distribuídas por seis distritos e que vivem em casas dos seus familiares.
A entidade avançou ainda que fez um levantamento das necessidades dos deslocados para assistência nos próximos três meses, e já está a canalizar apoios.
A capital provincial, Pemba, tem sido o principal refúgio para as pessoas que procuram abrigo e segurança em Cabo Delgado, mas há quem prefira fugir para outras províncias da região, incluindo Zambézia, localizada na região centro.
A violência armada em Cabo Delgado, província onde avança o maior investimento privado para a exploração de gás natural em África (liderado pela Total), já causou a morte de, pelo menos, 1.059 pessoas em quase três anos, além da destruição de várias infraestruturas.
De acordo com as Nações Unidas, a violência armada levou à fuga de 250 mil pessoas de distritos afectados pela insegurança, mais a norte da província.
