Uma terapeuta da Carolina do Norte, Keia Jones-Baldwin, já teve várias vezes de enfrentar situações em que alguém a viu na companhia do seu filho mais novo e chamou a polícia por achar que ela tinha raptado a criança. Motivo: Jones-Baldwin e o seu marido Richard são negros e o bebé é branco.
De uma das vezes, segundo contou à today.com, o casal estava de férias no Tennessee quando resolveu tirar uma foto de família num cenário de western. A jovem fotógrafa desapareceu durante algum tempo e quando voltou quis saber se o filho era de Keia. Logo a seguir apareceu a polícia, a quem foi preciso apresentar um documento oficial relativo ao bebé.
Noutra ocasião, quando o carro de Keia teve um furo num pneu e ela foi avisar o dono da casa de que tinha sido obrigada a parar ali, ele achou que ela tinha roubado tanto o carro como o bebé e chamou a polícia.
O pequeno Princeton, hoje com três anos, é filho biológico de uma toxicodependente e nasceu com menos de meio quilo. Foi a quarta criança que Keia e Richard adotaram, após repetidas tentativas para conceberem um filho. As outras três crianças são racialmente mistas. Com o seu cabelo louro e o seu ar angélico, Princeton oferece o contraste mais direto com o aspeto dos pais, sobretudo numa zona como aquela onde vive o casal.
Talvez em virtude da sua profissão, Jones-Baldwin diz não sentir amargura, preferindo usar publicamente o exemplo da sua família para ajudar a derrubar tabus. Na sua opinião, uma família não se define com base nos laços biológicos mas a partir de um elemento mais essencial: o amor. É isso que tenta mostrar no dia-a-dia.