Curiosas Covid-19. Fármacos contra malária e cancro podem ajudar nos casos graves

Covid-19. Fármacos contra malária e cancro podem ajudar nos casos graves

Quando um vírus se espalha numa população sem imunidade, a um ritmo acelerado e com uma taxa de mortalidade elevada em alguns grupos de risco, como é o caso do novo coronavírus, desenvolver uma vacina torna-se uma missão urgente.

Mais de 30 laboratórios em todo o mundo entraram nesta corrida, e os testes já arrancaram em países como a China, os Estados Unidos ou a Itália. Mas é preciso tempo: uma vacina só é aprovada e disponibilizada depois de ficar garantida a sua segurança e eficácia. Em situações normais, pode levar vários anos, mas em casos de emergência, como o da actual pandemia, é possível entrar numa espécie de fast-track, acelerando o processo mas sem saltar nenhuma etapa de segurança.

E é por isso que, na melhor das hipóteses, será preciso pelo menos um ano até que a vacina esteja pronta.

“Todas as vacinas têm de ultrapassar vários testes de segurança, normalmente feitos em animais, antes de passarem para as diferentes fases de ensaios clínicos em voluntários. Só se avança para uma etapa depois de se cumprir a anterior.

O objectivo é ver se a vacina é segura e não tem nenhum risco adverso para a saúde e também confirmar se é suficientemente potente e eficaz a produzir a resposta imunológica necessária”, explica Markus Maeurer, clínico imunologista e investigador da Fundação Champalimaud, que tem estado a acompanhar em detalhe o desenvolvimento destas vacinas, além de estar em contacto permanente com os hospitais chineses que estão a tratar doentes com covid-19.

“A equipa de investigadores que está a desenvolver a vacina na China [da Academia de Ciências Médicas Militares] é a mesma que criou a vacina para o ébola. Tal como estão a fazer outros laboratórios, os chineses também estão a usar uma componente que já tinha sido testada anteriormente em termos de segurança e eficácia. É como se usassem um mesmo envelope, mas com uma carta diferente lá dentro.”