Sociedade Medo de represálias bloqueia denúncias de corrupção em Inhambane

Medo de represálias bloqueia denúncias de corrupção em Inhambane

O Gabinete Provincial de Combate à Corrupção (GPCC) de Inhambane está a enfrentar dificuldades para dar seguimento aos casos de corrupção que chegam a instituição por via de denúncias, porque os denunciantes têm medo de represálias.

Por conta disso, as autoridades ficam sem pistas, o que gera lentidão na investigação de processos e no desfecho dos trâmites subsequentes. O clamor advém do próprio GPCC. Este diz mais: “a falta de clareza nas denúncias que dão entrada no sector dificulta a produção de provas que dos dossiês abertos sobre a matéria, o que torna ainda mais difícil promover uma acusação contra quem quer que seja” afirmou Sinai Lonzo, procurador da instituição, durante a avaliação da actuação do sector no primeiro semestre deste ano.

“As pessoas fazem denúncias mas não as desenvolvem, não fornecem detalhes e possíveis pistas. Simplesmente enviam uma carta ou telefonam dizendo que há corrupção no sítio X. Assim dificultam-nos seguir as pistas e, consequentemente, há morosidade processual”, acrescentou a fonte.

Para Sinai Lonzo o desejável é que os denunciantes deixassem contactos para que possam auxiliar na compreensão e busca de evidências, o que garantiria maior celeridade na junção de elementos através dos quais as autoridades judicias poderiam dirimir certos casos.

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Na perspectiva do magistrado, os cidadãos devem ser mais abertos nas suas exposições às autoridades sobre a corrupção, porque este é um mal que destrói a sociedade e não deve haver tréguas no seu combate.

Por outro lado, o procurador fez saber que já existe uma acusação formal contra os três funcionários da Direcção Provincial dos Transportes e Comunicações de Inhambane (DPTCI), acusados de desvio de fundos. Para lograrem os seus intentos, os visados emitiam ordens de pagamento fraudulento no acto de fornecimento de serviços à instituição.

Sobre o assunto, “O País “ veiculou, há meses, que uma funcionária se encontra detida, indiciada de ser cabecilha do desfalque de perto de um milhão de meticais. O caso envolve uma bomba de abastecimento de combustíveis, à qual a cidadã visada supostamente se dirigia-se e se fazia passar por funcionária da DPTCI.

Para além de defraudar aquela entidade do Estado, a acusada reunir um grupo de presumíveis malfeitores cuja missão era assaltar um estabelecimento comercial”.

O GPCC disse ainda que há várias acções em curso nas instituições públicas, incluindo centros de saúde, com vista a dessiminação de mensagem de repúdio à corrupção.

O País