Num novo recorde negativo dos muitos que colecciona desde que assumiu a presidência brasileira em 2016, Michel Temer atingiu o maior índice de rejeição popular a um chefe de Estado de toda a história do Brasil.
A sondagem do Instituto Datafolha divulgada este domingo mostra que Temer conseguiu ultrapassar até os dois ex-presidentes até agora mais impopulares da história recente do país, Fernando Collor de Mello e Dilma Rousseff, ambos destituídos a meio dos respectivos mandatos, a última por acção do actual governante.
Segundo o Datafolha, 82% dos brasileiros desaprovam a condução do país feita por Temer, classificando a sua gestão como “péssima”. No outro extremo, somente uns ínfimos 3% dos inquiridos em 174 cidades de todo o Brasil afirmaram estar satisfeitos com o presidente, cuja actuação classificaram como “boa ou óptima”, enquanto os restantes a consideraram “regular”.
A impopularidade de Michel Temer, além de ser um novo recorde negativo, assusta pela rapidez com que cresce. Há apenas dois meses, na sondagem divulgada pelo Datafolha em Abril, Temer era desaprovado por 70% dos brasileiros, ou seja, em 60 dias a sua já frágil popularidade caiu nada menos de 12 pontos percentuais. Assim, o actual presidente brasileiro, alvo de uma vaga de denúncias de corrupção e criticado até pelos aliados, que impediram a sua tentativa de se candidatar à reeleição, superou os índices de rejeição alcançados pelos dois ex-presidentes que perderam o cargo e que, mesmo assim, não chegaram perto dos 82% de Temer.
Em Maio de 1992, quando foi destituído por corrupção, Fernando Collor de Mello era desaprovado por 68% dos brasileiros, e Dilma, quando caiu em Agosto de 2016, obtinha uma rejeição de 71%.
CM