A top-modelo sul-africana Gabriella Engels contestou, em juízo a imunidade diplomática que foi concedida pelo Governo sul-africano à Grace Mugabe que é a primeira etapa para o início do processo judicial contra a esposa do Presidente do Zimbabwe.
Para a mãe da modelo que acusa Grace Mugabe de a ter agredido, sublinha estar consciente que o combate será difícil, mas está pronta para a batalha, esperando que a justiça dê razão a sua filha, disse Debbie Engels.
Gabriella Engels, de 20 anos, afirma ter sido esbofeteada por Grace Mugabe no dia 13 de Agosto deste ano, num hotel de Joanesburgo, apresentou-se ontem ao tribunal de Pretória e apresenta ainda uma cicatriz norosto.
Ela recorreu ao tribunal por intermédio dos seus advogados, afectos a organização não-governamental AfriForum, para mandar anular a imunidade diplomática que foi concedida pelas autoridades sul-africanas à primeira dama do Zimbabwe.
Willie Spies, da AfriForum, disse à imprensa que Grace Mugabe não reúne as condições para obter esse privilégio, porque ela se encontrava na África do Sul por razões pessoais, concretamente, médicas.
Durante a audiência ontem, a AfriForum pediu liberdade à justiça para contestar essa imunidade às autoridades.
“A nossa demanda é fundada. Uma queixa (por golpes e feridas) foi intentada contra a imunidade que lhe foi concedida”, defendeu diante do tribunal Etienne Labuschagne, advogado de Gabriella Engels.
Do seu lado, o representante da Embaixada do Zimbabwe na África do Sul, Simba Chitando, estimou que essa acção judicial é incoerente, porque, ela (a ré) não desobedeceu à lei.
O juiz colocou a sua decisão em deliberação.
Para a AfriForum, a estratégia de Grace Mugabe visa à ganhar um tempo, e “a embaixada do seu país vai tentar custa o que custar retardar o processo, no entanto, reafirmou que o processo está em curso”, assegurou Willie Spies.
Num documento publicado na imprensa, Grace Mugabe defendeu-se afirmando ter sido atacada por Gabriella Engels que estava “ébrio” e armada com uma “faca”.
Entretanto, o principal partido da oposição na África do Sul , Aliança Democrática (DA), recorreu ao Tribunal Constitucional para contestar a imunidade que a seu ver é embaraçante e ilegal.
Em 2015, o Governo sul-africano concedeu uma “imunidade presidencial” ao Presidente sudanês Omar al-Bashir para deixar a África do Sul, violando uma decisão da justiça que dispunha o contrário.
Impende contra Al-Bashir um mandado de captura internacional emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de genocídio e crimes de guerra em Darfur (oeste do Sudão).
Diário de Moçambique
