Uma criança, de dois anos de idade, com problema de pigmentação da pele, já está livre de prisão coerciva, que sofreu quando a mãe e o pai foram detidos, recentemente, na vila de Moatize, na província de Tete, indiciados de terem tentado vendê-la, por quatro milhões de meticais, alegadamente para saldar dívidas, uma das quais de lobolo da progenitora, no distrito de Dôa, donde são naturais e ao mesmo tempo vivem.
O resgate da criança, disse ao “Diário de Moçambique”, director provincial do Género Criança e Acção Social de Tete, Lourenço Buene, foi uma das melhores formas de proteger os seus nobres direitos, na medida em que ela estava presa inocentemente, visto que apenas estava a acompanhar os pais, após ter sido frustrada a sua venda, para a extracção dos seus órgãos, para efeitos supersticiosos.
A fonte deste matutino assegurou que a menor encontra-se actualmente acolhida num dos centros, sendo que o seu resgate foi possível graças à coordenação entre a instituição de Lourenço Buene e a Administração da Justiça, que está ao ser abordada sobre a necessidade da sua libertação, concordou e ordenou a sua “soltura”, enquanto os processos dos seus progenitores correm os trâmites legais.
“Após o resgate, nós iniciamos a prestação de todos os cuidados, à volta da protecção desta menor”, garantiu Buene, quando falava à margem das celebrações de Junho, mês dedicado à criança, por possuir duas efemérides históricas, designadamente 1 e 16 de Junho, dia Internacional da Criança e da Criança Africana, respectivamente.
Foi a Polícia da República de Moçambique (PRM) que frustrou a venda da menor. A criança escapou por um triz, porque, por ironia de sorte, um dos vendedores contactou um agente da corporação trajado à paisana, sem se aperceber que era regulador da Ordem e Segurança, que alertou aos outros, que “estenderam” logo a sua rede, como de teia-de-aranha se tratasse para apanhar as moscas ou outros insectos para a sua alimentação.
Diário de Moçambique