Um homem foi detido pela Polícia da República de Moçambique, no centro do país, por suspeitas de ter matado três pessoas após administrar medicamentos sem prescrição, disse à Lusa fonte daquela força de segurança.
Entre as vítimas está a mãe do detido. O homem de 37 anos, agente polivalente dos Serviços Distritais de Saúde, Mulher e Acção Social de Mossurize, em Manica, retirava medicamentos da farmácia pública do hospital local e administrava-os a pacientes em sua casa, sem observância pelos parâmetros médicos, disse Elsidia Filipe, porta-voz do comando da Polícia de Manica.
O suspeito tirava partido “de uma capacitação como paramédico e com os medicamentos que conseguia no hospital acabava tratando as pessoas em privado” explicou, referindo que a família o denunciou depois de alegadamente ter matado a mãe devido a uma sobredosagem.
“A mãe estava doente, ele já vinha administrando medicamentos sem prescrição médica e matou-a de ‘overdose’ no fim-de-semana, o que faz com que responda em processo-crime por homicídio qualificado“, precisou Elsidia Filipe.
Ao investigar a morte, a polícia descobriu indícios de outros dois casos de homicídio por sobredosagem de duas vizinhas, em Abril, após a administração de medicamentos durante a prestação de serviços médicos pelo suspeito.
Milhares de moradores da província de Manica compram medicamentos nos mercados informais, alimentando um negócio geralmente assegurado por jovens sem qualificações farmacêuticas e que garantem também o atendimento clínico.
O mercado informal é abastecido por medicamentos desviados do circuito das instituições públicas, geralmente envolvendo profissionais de saúde e farmácias.
A Polícia de Manica tem em curso uma campanha para desencorajar a compra de medicamentos nas ruas e contra o funcionamento de clínicas clandestinas.
Na última semana, uma mega operação daquela força de segurança serviu para deter um médico e dois enfermeiros, todos sem qualificações e que mantinham em funcionamento uma clínica caseira ilegal há 12 anos na zona de Muda-serração, em Gondola.
Na altura, os agentes retiraram das prateleiras grandes quantidades de fármacos fora do prazo desde 2015.
AIM