A Procuradoria-geral da Republica (PGR) distancia-se de supostos ofícios e relatórios publicados nas redes sociais sobre a auditoria internacional independente realizada pela Kroll Associates UK à Empresa Moçambicana do Atum (EMATUM), Mozambique Asset Management (MAM) e Proindicus.
Falando em conferência de imprensa, o porta-voz da PGR, Orlando Generoso, advertiu que esta prática consubstancia uma clara manipulação a opinião pública sobre a matéria, além de colocar em causa a imagem e o bom nome de entidades exercendo cargos públicos e cidadãos neles referenciados.
A publicação de escritos insinuando documentos assinados pela Procuradora-geral da República, com menção do Chefe do Estado e conferindo-lhes o teor e características oficiais com o objectivo de desvirtuar a verdade, segundo Generoso, podem consubstanciar infracções de natureza criminal.
“Neste momento, a PGR e os auditores da Kroll estão a analisar o relatório para aferir a sua conformidade com os termos de referência para oportunamente a Procuradoria partilhar os resultados da auditoria como o público através dos órgãos de comunicação social“, esclareceu o porta-voz.
A PGR, segundo Generoso, está ciente da expectativa que paira na sociedade em torno dos resultados da auditoria pelo que apela à calma e serenidade, tendo em conta que estes são de maior interesse para o prosseguimento do processo-crime instaurado ora em curso.
“Toda a matéria da auditoria que não for comunicada ao público pala via dos órgãos de comunicação social deve ser considerada irrelevante“, sublinhou o porta-voz.
O relatório do processo-crime em curso na PGR para o qual foi solicitada uma auditoria internacional independente, segundo Generoso, foi entregue àquela instituição no dia 12 de Maio corrente.
Neste âmbito, segundo a fonte, estão em curso investigações visando responsabilizar os seus autores contando com a colaboração de instituições congéneres estrangeiras e outras especializadas em matérias de Tecnologias de Comunicação e Informação (TICs).
A Kroll Associates UK é a consultora internacional contratada pela PGR para apurar eventuais infracções de natureza criminal, entre outras, no processo da constituição, financiamento e funcionamento das referidas empresas.
As três empresas, em 2013 e 2014, receberam empréstimos de bancos dos bancos europeus Credit Suisse e VTB da Rússia, no valor superior a dois bilhões de dólares (EMATUM 850 milhões; Proindicus 622 milhões e MAM 535 milhões).
Os três empréstimos adicionaram 20 por cento à dívida externa de Moçambique, que atingiu níveis insustentáveis.
AIM