Nos últimos dias, tem-se verificado na cidade de Maputo muita procura de calçados usados (calamidade), que por conta disso mostra-se mais caro em relação ao da loja.
Em confronto com as duas realidades pode-se constatar que o preço do sapato em lojas nigerianas depreciou, partindo de 100 meticais o par, enquanto que o sapato da “calamidade”, mais trabalhoso na aquisição, pois requer procura exaustiva e paciência, parte dos 200 meticais em diante.
A nossa equipa de reportagem saiu à rua para inteirar-se deste fenómeno e algumas pessoas por nós entrevistadas reconheceram que “o barato sai caro”. Pois é… apesar de estar a um preço considerável, o sapato “da loja” é uma estratégia para que os clientes voltem sempre pois aquele calçado não deverá durar muito tempo enquanto que o calçado de segunda mão é mais resistente.
Para Alice Laurinda os sapatos vendidos em lojas na baixa são descartáveis, imediatos e sem qualidade. O preço é bom, mas que acaba sendo um gasto desnecessário. O mesmo acontece em relação às pastas escolares, roupas e até louça de cozinha.
“Comprar sapato na baixa é o mesmo que deitar dinheiro fora, porque só pode se calçar no local e a posterior descola-se ou rebenta-se, todavia, por este estar acessível aos bolsos da maioria, chega a ser mais concorrido.”
Entretanto, não há dúvidas na qualidade dos produtos usados (calamidade) mas, como nem tudo que há no mar é peixe, é preciso prestar atenção nas pessoas que os vendem.
Ainda de acordo com as nossas fontes, não há honestidade por parte das pessoas que comercializam produtos usados, nomeadamente calçados e pastas escolares, porque eles pegam nos “descartáveis dos nigerianos” raspam a sola, adicionam um bocado de poeira, dobram e metem nos sacos, de modo a causar aparência de segunda mão.
De acordo com Emelina Matavele, vendedora de sapatos, a aquisição de calçados usados é difícil, com o agravante de por vezes encontrarem um fardo inteiro de sapatos antigos, sem valor. É, segundo ela, uma alternativa para suprir os prejuízos.
Um equívoco sem medida, não mais se conhece a originalidade dos artigos que se procuram, cópias conformes e produção em série, entre a honestidade e o metical.