Destaque PR inaugura Sistema de Distribuição do Gás Natural de Maputo e Marracuene

PR inaugura Sistema de Distribuição do Gás Natural de Maputo e Marracuene

O Presidente da República, Armando Guebuza inaugurou hoje ,em Maputo, o Sistema de Distribuição de gás natural na cidade de Maputo e Marracuene.

O Projecto consiste num gasoduto Matola-Matola, um ramal até a Central Térmica da Electricidade de Moçambique (EDM) e o gás é extraído dos jazigos de Pande e Temane na província de Inhambane e enquadra-se no quadro do consumo do gás natural a nível quadro do Plano Quinquenal do Governo para a massificação do consumo a nível nacional.

Falando minutos após a inauguração, Armando Guebuza disse que a massificação do uso do gás natural no país traz benefícios inquestionáveis e de grande valia na economia moçambicana e principalmente para as empresas nacionais e estrangeiras bem como para consumidores moçambicanos.

“Este recurso beneficia também as empresas que produzem energia fornecida a muitas pessoas localmente e a rede de distribuição e desde já uma infra-estrutura de referência que serve de ponto de partida para muitas outras que poderão surgir”, referiu.

Ainda segundo Guebuza, o gás natural e mais barato do que outros tipos de combustíveis a distribuição vai permitir que o estado moçambicano economize muitas divisas na importação de combustíveis facto que terá um grande e visível impacto na balança do pagamento e no Produto Interno Bruto.

Neste momento, o gás é usado principalmente para a produção de energia, situando-se no momento em 418 megawatts e prevê-se, em 2015, que a capacidade de produção atinja mais de 500 megawatts, constituindo por conseguinte uma mais-valia ao país, dada a necessidade crescente do consumo de energia.

No Plano Quinquenal (2010/14), o governo, segundo Guebuza, comprometeu-se a enveredar pela massificação do uso do gás natural por um crescente número de moçambicanos.

“Para além de constituir mais um exemplo do uso pelos moçambicanos dos seus recursos naturais, o empreendimento demonstra que com os nossos recursos podemos visualizar a alvorada da nova era do bem-estar no país”, disse Guebuza.

Ainda de acordo com o Presidente da Republica o pais passará a ter disponível mais de 50 megawats o que irá contribuir para poupar mais de 25 milhões de dólares com a sua importação.

Por sua vez, o Presidente do Conselho Municipal, David Simango explicou na ocasião que este empreendimento é um passo de sucesso no combate a pobreza e criação de bem-estar dos moçambicanos embora nesta fase o projecto abranja apenas grandes consumidores.

“A distribuição do gás doméstico é extensiva nas nossas cozinhas, melhorando substancialmente a qualidade de vida dos munícipes e ao mesmo tempo, aliviando o ambiente do consumo de combustível lenhoso, que contribui para a degradação das florestas”, assegurou.

Simango na sua intervenção disse que o esforço empreendido ao longo da implantação deste projecto seja compensado com uma adesão massiva das populações, o que resultara, sem dúvida, na poupança de recursos do país.

Gás natural vai beneficiar 200 consumidores na primeira fase

São duzentos grandes consumidores abrangidos pela primeira fase do projecto de canalização de gás natural, com a inauguração hoje em Maputo do sistema de distribuição construído em Maputo.

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A Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), proprietária do projecto, refere que o projecto avaliado em 30 milhões de dólares financiados pela empresa sul-coreana Kogas.

Falando na ocasião o Presidente do Conselho de Administração da ENH, Nelson Ocuane disse que a rede de distribuição tem uma extensão de 62 quilómetros que percorrem várias artérias da capital até Marracuene partindo da estação de redução de pressão do gás situada na então central térmica de Maputo.

Os 200 consumidores previstos na primeira fase são, na sua maioria, hotéis, restaurantes, indústrias e, na fase subsequente, as moradias que, segundo as estimativas da ENH, poderão totalizar 68 mil famílias no raio atravessado pela rede de distribuição.

Ocuane disse por outro lado que em termos de custos, comparativamente ao gás de cozinha, vulgo (GPL), as estimativas da ENH apontam para uma redução de 86 por cento e uma fasquia de 14 a 15 por cento na poupança na factura das famílias.

Quanto ao custo que as famílias deverão pagar para acesso ao combustível a fonte afirmou estar em estudo um mecanismo alternativo, como parcerias ou subsídios, pois os materiais usados na canalização do gás às residências são todos eles importados a custos que variam entre mil e três mil dólares, extremamente elevados.

Acrescentou que o projecto tem ganhos, entre os quais a eliminação do uso de botijas de aço, pois haverá canalização semelhante à que leva a água às residências, com uma válvula para abrir e fechar o gás no fogão.

“Também haverá a redução de riscos de incidentes, pois o gás a ser canalizado para as residências terá menor pressão em relação ao usado actualmente nas botijas”, disse.

Apontou igualmente o facto de os consumidores poderem ter o gás por 24 horas ininterruptas e no seu uso, comparado aos outros combustíveis domésticos, os custos para as famílias registarão reduções significativas.

Por sua vez, o vice-presidente da Kogás, Young Sun Park,  disse que na fase de construção da rede de distribuição, o projecto criou 130 postos de trabalho e deu oportunidade aos moçambicanos de se familiarizarem com avançadas tecnologias usadas no decurso da implementação.

“Estamos felizes por fazer parte da inauguração deste sistema de distribuição de gás natural que terminamos as obras de construção e realizamos durante dois anos e trazendo o gás nesta primeira fase para Maputo e Marracuene onde serão distribuídos 100 toneladas de gás natural por ano”, vincou.

Para ele, a rede de distribuição vai permitir maior acesso ao gás natural proporcionando aumento de postos de abastecimento de gás veicular, o que vai permitir uma economia nos gastos como veículo, para além de catapultar o desenvolvimento nas zonas de abrangência.

De referir que a ENH estabeleceu uma parceria com uma empresa detida pelo Estado Coreano, Kogás com a finalidade de obter financiamento, construir e operar o gasoduto Matola-Marracuene e a rede de distribuição na cidade de Maputo na cidade de Maputo e Marracuene.