Os produtos básicos e frescos de primeira necessidade, principalmente o tomate teve uma queda de preço significante nos meses de Julho a Agosto, relativamente a três meses atrás, no mercado grossista de Zimpeto, nos arredores da cidade de Maputo.
Moisés Covane, administrador deste mercado grossista de Zimpeto, diz que isto esta aliado a época de colheita a nível do país e da vizinha África do Sul.
Portanto, a caixa de tomate de 20kg que antes custava 300 á 600 meticais dependendo da qualidade, hoje varia de 10 a 80 meticais
Os produtos principalmente o tomate, repolho e vegetais são de produção nacional, enquanto a batata e a cebola são provenientes da África do Sul, porém registam também preços baixo, isso porque de acordo com os operadores, no país de origem os preços também são baixos.
Covane afirmou que com esses preços baixos aplicados, os produtores nacionais que são os maiores intervenientes no abastecimento dos mercados nesse momento não conseguem cobrir os custos ,visto que, os produtos são provenientes de Chokwé na Província de Gaza, Maputo no distrito de Moamba e Boane na Província de Maputo, que acarreta custos de transporte, para além dos de produção.
“Os produtores não ganham nada, porque tem muitos custos antes de chegar ao Zimpeto, pois os produtos são provenientes de outras províncias dos país.”
Os operadores que também são agricultores que falaram a nossa reportagem comungam da opinião que nesta época da colheita não há Retorno do investimentos que fizeram na produção, pois os produtos são muitos, os operadores também, já que por dia entram no Mercado 80 á 100 camiões de produtos, consequentemente, são obrigados a fazer preços baixíssimos, visto que só existe um único mercado para venderem os seus produtos.
“Não há negócio porque os produtos são muito, e há falta de comprador para muito tomate. Uns fazem por exemplo a 10, 20 meticais a caixa de tomate” desabafou Mateus Madjate
“Aqui no mercado não há escala de entrada de camiões no mercado, quem tiver o produto vende, e no final do dia baixamos ainda mais o produto para não restar para o dia seguinte, logo não somos compensados.” Disse Gil Munguambe
Quanto a Conservação dos produtos, o administrador referiu que o Município concedeu dois contentores Refrigerante ao mercado, foram feitas sensibilizações de modo a ser utilizado, visto que era um projecto piloto, porém os Agricultores bem como os comerciantes não aderiram por medo ou falta de conhecimento da sua importante.
Portanto, o projecto será adjudicado a uma empresa privada de modo a recuperar o investimento feito por parte do governo.
Os operadores dizem que os contentores não são uma mais- valia, porque os produtos não ficam muito tempo no mercado e o preço da conservação no frigorífico era bastante alto, portanto, desafiaram o governo a criar mecanismos de modo a ter uma fábrica de processamento para transformar o excedente de modo a derivar outros produtos.
“O preço que era aplicado para conservação era elevado e não é necessário, visto que os nossos produtos não duram muito tempo. O importante para nós seria uma fábrica, de modo, a transformar o tomate em outros produtos que durem mais” disse Gil Munguambe.
“O VOTO“
Os consumidores dizem que o preço dos produtos estão melhores, porque há vezes que os produtos sobem brutalmente, mas o problema é que os trabalhadores são oportunistas, escrevem um preço no letreiro e cobram outro. E o consumidor não tem escolha, porque se não acrescentar o valor voltará a casa sem nada
Um problema que afecta os consumidores dos produtos frescos, principalmente o tomate é o valor acrescido que os trabalhadores dos operadores aplicam a cada caixa o vulgo “Voto” ,uns dizem que o valor é para ajudar os produtores porque não ganham nada e outros afirmam que é para os indivíduos que carregam as caixas, porém por falta de informação e medo de não serem vendidos os produtos, eles não denunciam as estâncias apropriadas, no entanto, Moisés Covane referiu que o “voto” é um roubo que os trabalhadores aplicam e para estancar o problema a administração do Mercado está a trabalhar em conexão com a Polícia da República, e na distribuição de panfletos de modo a informar ao público sobre o facto.
Como resultado da operação, foram presos 17 indivíduos que praticavam o “voto” depois de já terem sido avisados da ilegalidade.
“Os consumidores votam sem saber que é ilegal e pensam que constitui uma regra, quando alguém não aparece a denunciar pensamos que esta tudo bem, mas estamos a trabalhar de modo a informar o público sobre o roubo que são aplicados, sobretudo aos mais desatentos”. Ressaltou
Referiu ainda, Covane que os consumidores tem o direito e dever de denunciar para acabar de uma vez com o problema que enferma o mercado.