O Instituto de Bolsas de Estudo (IBE) considera que o apuramento de estudantes bolseiros carece de um controle mais aplicado, visto que alguns estudantes beneficiários do suporte estatal para formação superior dentro e fora do país são financeiramente estáveis, não sendo, por isso, elegíveis para financiamento.
Este grupo de estudantes acaba acedendo às bolsas devido a lacunas existentes na tramitação dos documentos requisitados para o pedido de financiamento, dos quais um, obrigatório, é o atestado de pobreza, que é a confirmação da incapacidade financeira do encarregado de educação em custear as despesas de formação do seu educando, emitido pelas estruturas do bairro em que família reside.
Falando em ocasião da quinta Reunião do Conselho Nacional de Bolsas de Estudo, realizada ontem, em Maputo, o Director Geral do IBE, Octávio de Jesus, disse que essa situação explica-se pela impossibilidade de descer à base para comprovar a veracidade do atestado de pobreza, uma vez que a atribuição de bolsas é feita na base da confiança na idoneidade das demais instituições do Estado, que emitem os documentos que o candidato é chamado a apresentar na requisição.
De Jesus disse que durante o quinquénio prestes a findar, de um total de 5.318 bolseiros no país e no estrangeiro, foram graduados 1.994, permanecendo no sistema 3.324 estudantes beneficiários deste apoio.
Dos graduados, 1.114 foram formados em instituições de ensino superior nacionais e os restantes 850 fora do país.
No discurso de abertura, o Ministro da Educação, Augusto Jone, destacou a necessidade de melhorias no processo, afirmando que “a observância dos critérios transparentes de atribuição de bolsas de estudo e da identificação das áreas prioritárias, impõe uma elevada coordenação intersectorial, alinhada às políticas do Governo”.
Rússia e Portugal, na Europa, Argélia e Tanzânia no continente africano continuam a ser os principais países que acolhem estudantes moçambicanos suportados pelo IBE.