Sociedade Uma em cada três raparigas é casada antes de completar 18 anos

Uma em cada três raparigas é casada antes de completar 18 anos

Uma em cada três raparigas é casada antes de completar 18 anos de idade. Este triste cenário é traçado por um relatório da organização não governamental Plan International que foi lançado nas comemorações do Dia Internacional da Mulher (08 de Março) no distrito de Jangamo, província de Inhambane.

Os casamentos prematuros e abusos a menores, segundo a Plan International, tendem a verificar-se com mais frequência nas zonas de reassentamento após calamidades. Várias são as raparigas que são obrigadas a casar-se para conseguirem alimentos para a família.

A organização refere que há um vazio do lado do Governo em termos de planificação da protecção da rapariga em casos de desastres naturais.

Na pesquisa feita pela Plan International nas províncias de Maputo, Gaza, Inhambane e Sofala, regiões onde tem se registado frequentemente calamidades naturais como as cheias, ciclones e seca, as meninas ouvidas foram unânimes em afirmar que são ignoradas pelo Governo aquando da planificação das respostas durante e depois de desastres naturais. A Plan diz que tal facto deve-se em parte à desconexão entre a actividade humanitária do trabalho de desenvolvimento. “Os que planificam não olham a dicotomia entre a vulnerabilidade das raparigas, a violência e a resistência que muitas vezes mostram em tempos de crise, pois na planificação da resposta elas caem como beneficiárias nas duas categorias, assumindo a responsabilidade de ser mulher e crianças nos bairros de reassentamento.”

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Refere a organização que nos casos de emergência o Governo não cuida das meninas, mas, sim, preocupa-se com trabalhos humanitários e oferece alguns insumos alimentares devido à urgência de responder às necessidades básicas da população, ignorando a protecção das raparigas.