Sociedade População usa rede mosquiteira para vedação de capoeiras e pesca

População usa rede mosquiteira para vedação de capoeiras e pesca

A população do distrito de Homoíne, na província de Inhambane, está a usar redes mosquiteiras, distribuídas na campanha universal de prevenção da malária, para pesca, vedações e estufas de viveiros e capoeiras. Esta prática faz com que os números de casos de malária cresçam, pois as redes não estão de facto a servir o seu propósito.

Só no mês de Fevereiro, perto de dois casos de malária foram atendidos, e 150 crianças estiveram internadas no Centro de Saúde de Homoíne, padecendo de malária.

“As populações usam as redes para estufas de viveiros, vedar hortas, capoeiras e pesca. Em todas as zonas fazem este tipo de uso. Realizámos palestras onde divulgámos o uso correcto das redes mosquiteiras, mas a população não acata”, disse a directora distrital interina de Saúde de Homoíne, Cristina Mahumana.

Ela acrescentou que na Pediatria, a maior causa de internamento é a malária. Disse que por dia são internadas cinco crianças com malária.

“Se a malária não for complicada, as crianças levam três dias internadas, mas se for, levam mais de cinco dias, geralmente relacionada à anemia grave ou convulsões. Se tiver anemia grave temos que fazer a transfusão de sangue que às vezes não está disponível”, disse.

Doentes “inundam” hospital

A maior parte dos pacientes que procuram os serviços de saúde no centro de saúde local padecem de malária. Na visita que Canalmoz efectuou há dias àquele hospital, deparou com doentes que estavam há 10 horas sem serem atendidos. Nenhum dos pacientes aceitou prestar declarações. Mas nos seus semblantes era visível o sentimento de revolta. Uns a dormir em bancos, outros em capulanas estendidas nos corredores das triagens à espera de atendimento.

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Questionada sobre esta situação, Cristina Mahumana disse que os pacientes preferem estender as capulanas e deitarem-se no chão. “Eles gostam de dormir no chão”, ironizou.

Quanto às ocorrências, disse que estão a aumentar. São provocadas pela subida de número de doentes com malária. “Desde Janeiro, a demanda dos doentes aumentou. Nas segundas-feiras saímos daqui às 17 horas. Muitos casos são de malária”, disse.

Outras doenças

A pandemia do HIV-SIDA também tem uma tendência crescente. O número de óbitos também tende a subir. Por exemplo, naquilo que são os óbitos de 2013 em comparação com 2012, os números de doentes em TARV aumentaram 33. São agora mais de mil doentes em tratamento.

Tuberculose

“Estamos a fazer o rastreio e a tendência também é de crescer. A taxa de despiste da tuberculose registada foi acima de 40. Está a crescer, principalmente para os doentes seropositivos”, afirmou a concluir a nossa interlocutora.