Sociedade Buracos na N6 perigam vida de automobilistas

Buracos na N6 perigam vida de automobilistas

O troço Beira-Inchope, ao longo da Estrada Nacional Número 6 (EN6), que liga a cidade da Beira à vila fronteiriça de Machipanda, com o vizinho Zimbabwe, está há mais de dois anos totalmente escangalhado. A cada dia que passa os buracos multiplicam-se e os automobilistas são obrigados a escolher entre os buracos o que menos danos podem causar às suas viaturas. Há buracos com quase um metro de profundidade. O mais estranho é que durante todos estes anos, as autoridades mantêm uma serenidade descomunal como que se aquela situação fosse problema dos automobilistas.

A EN6 é considerada “espinha dorsal” do Corredor da Beira, pois liga o porto da Beira aos países do Interland, é de capital importância económica para o País e a região Austral de África.

Diariamente circulam nela centenas de camiões transportando mercadoria diversa de e para os países do Interland, com destaque para o Zimbabwe, Malawi, Zâmbia, Botswana e República Democrática do Congo.

Há muito que os operadores do sector de transporte rodoviário têm se queixado do péssimo estado da via, mas tudo indica que estão num “diálogo de surdos”.

Américo Mutsata, motorista de “chapa” no troço Beira e Chimoio, diz que o estado de degradação acentuado em que se apresenta o troço tem danificado viaturas e não oferece condições de segurança. Mutsata fala de prejuízos causados aos transportadores. “Para além de levarmos muito tempo naquela via, sempre que chegamos ao destino somos obrigados a levar as viaturas ao mecânico para reparação”.

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Jhon Muziuwa, camionista de nacionalidade zimbabweana, classifica o troço como sendo “infernal”. Diz que sair do seu País a Moçambique, o conforto só se faz sentir entre a fronteira e a vila de Gôndola, isto ainda em Manica. Quando chega no Inchope, começa “o inferno”.

Um perigo à noite

Pela degradação acentuada da via, é praticamente impossível circular na N6, durante à noite. É que os buracos são tão enormes que podem fazer capotar viaturas.

Nas regiões de Nhamatanda e monte Chiluvo, onde a situação é mais crítica, os automobilistas são obrigados a pagar entre 20 a 100 meticais a adultos e crianças que se dedicam ao tapamento de buracos. É preço da ausência do Estado. São uma espécie de portagem. Dedicam-se a esta actividade jovens com idades compreendidas entre os 10 e 25 anos, que encontraram na incúria do Governo uma oportunidade de negócio.

Fundos disponíveis para reabilitação

O primeiro-ministro, Alberto Vaquina, que trabalhou recentemente em Sofala, reconheceu a preocupação que tem sido levantada pelos automobilistas e diz que o Governo mobilizou 250 milhões de dólares norte-americanos junto dos seus parceiros de cooperação, sendo que o valor já está disponível, para obras de reparações localizadas da Estrada Nacional Número 6 (N6).