O porta-voz do Comando-Geral da Polícia, João Machava, disse esta terça-feira ao Canalmoz que não tem nenhuma informação sobre as deserções dos agentes da Força de Intervenção Rápida (FIR) em zonas de combate, nomeadamente Sadjundjira, Vunduzi, Muxúnguè e Marínguè, na província de Sofala.
O Canalmoz tem vindo a reportar histórias de jovens da Força de Intervenção Rápida (FIR) que estão a desertar das fileiras desde o dia 21 de Outubro do ano passado, quando as tropas governamentais atacaram a residência de Afonso Dhlakama, em Sadjundjira.
Dados na posse do Canalmoz indicam que os jovens que abandonam estas zonas despem o fardamento e deixam as armas, para reiniciar a vida. O jornal está na posse de uma lista confirmada de jovens da FIR que abandonaram as fileiras.
Uns fugiram a partir do campo de batalha, outros entregaram o fardamento e as armas em Maputo e deixaram a corporação. Outros ainda simplesmente deixaram de comparecer no quartel-sede da FIR, na cidade de Maputo.
Os jovens que preferem deixar a Força de Intervenção Rápida para tentarem procurar vida noutras áreas fazem-no por causa das muitas e sucessivas baixas, entre mortes e feridos, que têm estado a suceder no campo de batalha na província de Sofala.
Mas desistem, sobretudo, pelas más condições de trabalho, nomeadamente logística alimentar e remuneração que consideram inadequada.
Polícia a leste dos acontecimentos
O Canalmoz foi três vezes ao Comando-Geral da PRM para ouvir sobre as deserções maciças da FIR, mas Pedro Cossa, porta-voz da instituição – agora em férias –, disse-nos que não queria falar do assunto.
Uma das vezes abordado à saída da sala de onde semanalmente decorre o briefing policial sobre a situação criminal no País, disse que “não respondo a questões da Polícia nos corredores do Ministério do Interior. Todas as preocupações, dou satisfação num local apropriado”.
Esta terça-feira, colocado está questão em plena conferência de Imprensa, o substituto do porta-voz, Jõao Machava, disse que não tem informação sobre as deserções.
“Não tenho conhecimento dessas deserções. Tens provas? Então, pode-me contactar, estou disponível”, disse Machava.