Cinco indivíduos armados, trajados de uniforme da Polícia da República de Moçambique (PRM), assaltaram dois pilotos da companhia aérea portuguesa TAP. Segundo escreve o jornal Expresso, editado em Lisboa, o táxi onde viajavam um comandante e um piloto da TAP foi mandado parar, na passada quarta-feira à noite, em Maputo, por uma carrinha pickup com cinco homens que vestiam a farda cinzenta da polícia civil moçambicana. Poucos minutos antes, tinham sido disparados alguns tiros para o ar no local onde viajavam.
Em pouco tempo, um dos cinco homens entrou no táxi e obrigou o motorista a seguir até a um local mais remoto da cidade. Minutos depois, os dois portugueses foram obrigados a entregar o dinheiro que tinham nas carteiras, sob a ameaça de armas. E nem o facto de se terem identificado como pilotos de aviação da companhia aérea portuguesa dissuadiu os assaltantes.
Os pilotos foram obrigados pelos agressores a permanecer no local ermo durante cerca de hora e meia. Foram revistados e ameaçados, mas não agredidos.
A TAP está a recolher informações sobre o caso.
Queixas das embaixadas em Maputo
O Expresso escreve que há muitos casos de assaltos envolvendo agentes da polícia moçambicana em Maputo. Segundo o jornal, só na semana passada já era o terceiro relato com cidadãos internacionais, não apenas portugueses. Não se trata de nada organizado. “Este tipo de corrupção e extorsão incide principalmente na zona pobre de Maputo”, escreve o Expresso.
Muitas vítimas nem apresentam queixa, por receio de serem de novo extorquidas na esquadra. Várias embaixadas têm apresentado sucessivas reclamações ao Ministério do Interior moçambicano.
Contactado pelo Expresso, o Ministério dos Negócios Estrangeiros não comenta o caso “dado não ter conhecimento do mesmo”. Uma assessora de Imprensa adianta que nem a Embaixada de Portugal em Maputo, nem o Consulado-Geral foram informados sobre o assunto e também “não houve qualquer participação do caso”.