Sociedade Criminalidade Interpol confirma Bento Kangamba na lista de procurados

Interpol confirma Bento Kangamba na lista de procurados

Bento Kangamba, o auto intitulado empresário da juventude e genro da família do presidente angolano José Eduardo dos Santos, está mesmo, em maus lençóis, dado o seu envolvimento em rede de tráfico de mulheres para a prostituição entre Moçambique, Angola e Brasil. A Interpol recebeu formalmente o pedido da justiça federal brasileira para detenção dos angolanos Bento dos Santos Kangamba e Fernando Vasco Inácio Republicano para dar cumprimento a uma sentença respeitante a “operação garina”, desencadeada pelo delegado da Polícia Federal de São Paulo, Luis Tempestini.

kangamba na interpol

No seu website, a Interpol, colocou os dados pessoais dos dois angolanos citando que são acusados de tráfico de seres humanos para exploração sexual.
Em declarações à imprensa estrangeira, o delegado da Polícia Federal de São Paulo, Luis Tempestini, coordenador da Operação Garina, que desbaratou o grupo confirmou que os cinco brasileiros envolvidos na organização já foram presos.

Quanto ao general Bento dos Santos Kangamba e o empresário de eventos Fernando Vasco Republicano as autoridades brasileiras esperam agora pela intervenção da Interpol em virtude de não existir um acordo de extradição entre Angola e Brasil, que obrigue Luanda a enviá-los para serem julgados nos tribunais brasileiros. Ou seja, em Outubro de 2011, o Parlamento de Angola aprovou um acordo de transferência de presos e auxílio judicial mútuo com o Brasil, pelo qual ambas as nações são obrigadas a entregar pessoas procuradas pela justiça do outro país que se encontre em seu território. Mas o mesmo ficou sem efeito por não ter sido ratificado pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos.

Pelos passos que estão a ser dados, o consultor jurídico angolano, Albano Pedro suspeita que os dois cidadãos angolanos poderão ser julgados a revelia que já tenham havido algum um julgamento sem que as autoridades brasileiras tenham em algum momento assumido ou revelado algum dado.

O doutor Albano Pedro explicou que “o julgamento a revelia acontece sempre que o autor do crime não é localizado ou não pode comparecer diante do tribunal. É o que se passa no caso. Serão julgados a revelia. Isso é se ainda não foram julgados porque via de regra o mandato de captura acontece depois do julgamento. É para cumprir prisão e não para ser ouvido em processo”.

O especialista angolano nota que já havia culpa formada para os cúmplices brasileiros e segundo o seu entendimento o julgamento não ocorre em separado tratando-se de um mesmo caso. “Se já foram julgados então Bento Kangamba e Fernando Republicano já estão condenados”.

Respeitante ao mesmo mandato e caso tenha havido um alegado julgamento consumado, o jurista Albano Pedro levanta a hipótese de Kangamba e Republicano “Poderem ter sido notificados pela justiça brasileira e não terem comparecido voluntariamente perante a mesma. isto legitima uma mandato de captura contando que o crime admita prisão sem excepção. Resta saber se foram notificado e se furtaram. De qualquer modo era necessário ter uma ideia completa da situação judicial para uma melhor opinião.