Malawi e Tanzânia deverão responder dentro de três semanas as propostas do fórum dos antigos chefes de Estado africanos sobre a resolução do diferendo fronteiriço entre os dois países em torno do lago Niassa.
A equipa de mediação, chefiada pelo antigo presidente de Moçambique, Joaquim Chissano, apresentou aos dois governos as propostas de solução da crise fronteiriça durante encontros havidos em Lilongwe e Dar-es-Salam.
Os mediadores entregaram ainda o relatório preliminar do seu trabalho aos chefes de Estado do Malawi e da Tanzânia, os quais deverão examinar cuidadosamente o seu conteúdo e responder dentro de três semanas.
A presidente Joyce Banda reuniu-se na última sexta-feira em Lilongwe com os antigos estadistas de Moçambique e da África do Sul, respectivamente Joaquim Chissano e Thabo Mbeki.
Depois do encontro, Banda agradeceu os mediadores e prometeu que iria cumprir o prazo de três semanas para responder o relatório da mediação.
No inicio deste mês, o Fórum de antigos chefes de Estado africanos reuniu-se em Maputo para traçar um plano de acção e propostas a seguir para a solução da crise.
O encontro contou com especialistas sobre questões de fronteira, mas o grupo de mediação vincou que a solução final deste diferendo depende dos dois países.
Chissano disse na ocasião que o papel do Fórum é encontrar formas de trazer as partes mais perto uma da outra em busca de uma solução que garanta a continuação de uma boa vizinhança dentro do espírito da União Africana e da SADC.
Em Julho último, a presidente Joyce Banda lançou um ultimato, afirmando que o fórum dos antigos chefes de Estado africanos deveria, até trinta de Setembro, ajudar na solução do problema, porque caso contrário o seu país levaria o assunto ao Tribunal Internacional de Justiça.
Recorde-se que há cerca de 50 anos que o Malawi e a Tanzânia estão envolvidos em disputas fronteiriças sobre o lago Niassa, e a crise agudizou-se quando o governo malawiano autorizou o início das pesquisas de petróleo e de gás natural.
Ao abrigo de um acordo colonial de 1890, o Malawi reivindica a totalidade do lago Niassa, mas a Tanzânia exige que este deve ser dividido a meio.
O Malawi localiza-se a oeste do lago Niassa e reivindica toda a fronteira nortenha, enquanto a Tanzânia a leste, diz que possui metade da área norte.
A parte sul do Lago Niassa é partilhada por Moçambique e Malawi.