Internacional Africa Caça aos terroristas continua no centro comercial de Nairobi

Caça aos terroristas continua no centro comercial de Nairobi

O Exército do Quénia garantiu deter o “controlo de todos os andares” do centro comercial Westgate, em Nairobi, onde um grupo de militantes do movimento islamista al-Shabab permanecia entrincheirado com um número indeterminado de reféns desde sábado.

O ministério do Interior confirmou que três militantes foram mortos pela polícia e que outros estavam feridos, mas não esclareceu se já tinham sido capturados pelas autoridades. A operação de segurança ainda não foi dada por terminada.

Numa mensagem publicada no Twitter, o inspector-geral da polícia do Quénia, David Kimaiyo, estimou que o confronto estaria prestes a terminar. “Não estamos aqui para entregar bolos aos terroristas, mas para acabar com eles”, escreveu, garantindo que os atacantes não tinham meios para escapar do local.

As informações recolhidas até ao momento sobre os indivíduos envolvidos no assalto ao centro comercial apontam para a presença de “nacionais de diversos países” associados ao grupo extremista sedeado na Somália.

“Temos uma ideia sobre quantos são, quem são e de onde vêm. Também podemos dizer que este incidente não é local: a informação indica que é um ataque terrorista global, levado a cabo por um grupo multinacional”, disse o chefe das Forças Armadas do Quénia, Julius Karangi.

Em mensagens divulgadas na Internet, um porta-voz do Al-Shabab esclareceu que o ataque contra o centro comercial era uma retaliação contra o Governo de Nairobi, que destacou cerca de 4000 tropas para combater os islamistas na Somália (onde o grupo extremista está sedeado).

Em declarações à BBC, um responsável do movimento sublinhou que “os mujahedin responsáveis pelo assalto estão bem organizados” e excluiu qualquer hipótese de negociação com as autoridades ou rendição à polícia.

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A operação governamental arrancou esta manhã, com as forças quenianas a cercar o local com tanques e outros veículos blindados e soldados a assumir posições – as agências reportam a presença de atiradores furtivos no local e centenas de tropas.

Várias explosões, audíveis a centenas de metros do edifício e responsáveis por uma densa nuvem de fumo negro foram provocadas pela polícia. “Estamos a tentar entrar pelo telhado”, explicou à Reuters um dos responsáveis pela operação.

Os extremistas, que serão dez ou quinze, assaltaram o centro comercial no sábado, armados com granadas e metralhadoras: o Governo e a Cruz Vermelha do Quénia confirmaram a morte de 62 pessoas no ataque inicial. Pelo menos 175 frequentadores do centro comercial foram feridos no ataque e em posteriores trocas de tiros, alguns com extrema gravidade.

Cerca de mil pessoas conseguiram escapar do local. De acordo com o coronel Cyrus Oguna, porta-voz do Exército do Quénia, a maior parte dos reféns foi resgatada no domingo e está agora a receber tratamento médico. “Estavam muito desidratados e alguns em estado de choque”, disse.

Longe do local do crime, foram detidas pelo menos dez pessoas que segundo os investigadores estarão associadas aos acontecimentos no centro comercial Westgate. Desde 2011, têm vindo a multiplicar-se ataques do Al-Shabab no Quénia, com incidentes a envolverem ataques a igrejas, estações de transportes e outros espaços públicos frequentados por centenas de pessoas.

Em 1998, um atentado terrorista reivindicado pela Al-Qaeda contra a embaixada dos Estados Unidos em Nairobi fez 213 vítimas, naquele que foi o pior ataque da história do país.