Um homem que está a ser julgado por um tribunal de Maputo por alegado envolvimento em sequestros confessou em julgamento a sua suposta participação no rapto de três empresários, num processo emque também são arguidos três polícias.
Em depoimentos ao tribunal, Bendene Arnaldo Chissano, conhecido pela alcunha de “angolano”, mas sem nenhuma relação conhecida com Angola, disse ter sequestrado os três empresários, fazendo-se passar por um polícia e munido de mandados judiciais.
As vítimas eram interpeladas por polícias envolvidos nos esquemas de raptos, com a alegação de serem procuradas pela justiça, e depois encaminhadas para viaturas que os transportavam para o cativeiro, afirmou o “angolano”.
O arguido disse ter agido a mando de um homem que não está arrolado
no processo em julgamento e terá recebido 390 mil meticais e 17 mil dólares, distribuídos por outras pessoas envolvidas nos crimes.
O processo em causa é o segundo sobre a onda de raptos que têm assolado Moçambique nos últimos anos, uma vez que quatro arguidos de outro processo estão em julgamento, que entrou para a fase das alegações finais.
Dezenas de empresários ou familiares de homens de negócios da comunidade islâmica moçambicana foram sequestrados nos últimos anos em Moçambique e mais tarde libertados a troco de avultadas somas de dinheiro.