O presidente da Assembleia Provincial de Maputo, Osório Soto, lançou um apelo às populações dos bairros periféricos da Matola e da província de Maputo para absterem-se de fazer a justiça pelas próprias mãos.
Só no último fim-de-semana, uma pessoa foi linchada e outras seis escaparam graças à intervenção das autoridades policiais. Na madrugada de domingo, uma pessoa foi linchada e outras três escaparam ao linchamento, no Quilómetro-16, Posto Administrativo da Matola-Rio. Já no bairro de Khongolote, três pessoas foram violentamente espancadas ao serem confundidas com “informadores” do G-20, um grupo de 20 malfeitores. Estes foram surpreendidos a fotografar residências e estabelecimentos comerciais.
Óscar Soto, que falava ontem na Matola, na abertura da VII Sessão Ordinária da Assembleia Provincial que vai decorrer até à próxima sexta-feira, disse que nos últimos dias, a periferia da cidade de Matola, tem vindo a ser assolada com o recrudescimento da criminalidade violenta, com maior incidência e gravidade nas zonas per-urbanas da província de Maputo.
“Apelamos às populações a reforçar a vigilância, a colaborar com as forças de defesa e segurança e abastecer-se de fazer a justiça pelas próprias mãos”, disse.
O presidente da Assembleia Provincial igualmente apelou às forças de defesa e segurança para redobrar os esforços no cumprimento da sua missão de garantir ordem, segurança e tranquilidades públicas.
“Preservaremos sempre a paz. Infelizmente, sempre beliscado por actos bárbaros, inflamados por discursos antipatrióticos de alguns moçambicanos, a exemplo de alguns acontecimentos belicistas”, disse.
Frelimo fala de desestabilização
O chefe da bancada parlamentar da Frelimo, Romão Muthisse, enquadra a onda de criminalidade perpetrada pelos grupos desconhecidos na calada da noite empunhados de instrumentos contundentes, na Matola, assaltando casas, violando mulheres, homens e crianças, criando pânico e terror no seio da população, desacredita todo o esforço do Governo na manutenção da paz, condição fundamental para o desenvolvimento.
“Solidarizamo-nos com todas as vítimas destes crimes macabros. Apelamos às forças da lei e ordem para redobrarem os esforços apoiando as iniciativas da população na metodologia de combate a este crime violento que de uma forma não sossega a população da cidade”, disse.
Afirmou que os conselhos comunitários de segurança constituem formas mais organizadas para a neutralização destes grupos criminosos que actuam visando desacreditar as acções do Governo, como que este não estivesse interessado em defender o seu povo, acusando a Polícia de nada fazer.
Renamo elege falta de energia, água e transporte
O chefe da bancada parlamentar da Renamo, Mateus Tomo, apresentou problemas relacionados com a criminalidade, falta de energia, transporte e vias de acesso a nível da província de Maputo.
A falta de iluminação nalguns bairros do município da Matola – por exemplo no bairro de Intaka onde os moradores escreveram uma carta dirigida ao chefe de Estado, Armando Guebuza, a informar sobre as irregularidades da gestão municipal naquele bairro – é para Tomo um dos problemas a resolver.
Outro ponto, na óptíca de Tomo, que merece uma intervenção urgente por parte do executivo tem a ver com a degradação e a falta de vias de acesso que contribuem para o fraco desenvolvimento da província.
“No sector de transporte há pessoas que são transportadas por camiões ou carinhas de caixa aberta. O Governo deve abrir mais vias de acesso. Esperamos que até sexta-feira, estas questões tenham sido respondidas pelo Governo. O cumprimento das actividades planificadas é deficitário, por isso será difícil alcançar as metas”.
Hoje, segundo dia dos trabalhos, haverá apreciação e debate da proposta do Plano Económico Social e Orçamento da província para 2014. Apresentação dos pareceres das comissões de trabalho. Amanhã, quarta-feira, o dia estará reservado a perguntas das bancadas ao Governo.
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