Já vão 18 rondas de diálogo entre o Governo e Renamo, onde principal ponto de discórdia é a Lei Eleitoral, sobretudo a composição dos órgãos eleitorais. Quando falta pouco mais de dois meses para a realização das eleições autárquicas, ainda não há consenso entre as partes. A Renamo exige “paridade” e o Governo insiste com a “proporcionalidade” na composição da CNE.
“A continuação do diálogo por mais tempo é mau, pois, cria uma sensação de que, tanto, o Governo como a Renamo não estejam interessados que as eleições aconteçam no período previsto”, refere um comunicado da LDH enviado ao Canalmoz.
O executivo e a Renamo limitam-se a trocar acusações, sem no entanto, em sede de diálogo, encontrarem soluções para os problemas que para além de comprometerem a realização de eleições num ambiente ordeiro, ou no mínimo a realização, estão a colocar o país perante uma eminente guerra civil.
Segundo a LDH, a atitude das partes em conflito vai “manter o país refém dos seus interesses políticos inconfessáveis, fazendo com que a sociedade perca confiança e credibilidade nos políticos, reflectindo-se depois na agravação da já fraca participação dos cidadãos nos processos eleitorais, cuja abstenção está acima de 50%”, refere a Liga.
Perante a improdutividade das delegações mandatadas para o diálogo, a Liga “apela que seja marcado o esperado encontro determinante entre o Presidente da República, Armando Guebuza e o líder da Renamo, Afonso Dlhakama, o mais urgente possível.”