Sociedade Criminalidade Maioria dos homens violados sexualmente em Manica não denunciou

Maioria dos homens violados sexualmente em Manica não denunciou

Pelo menos 72,5 por cento dos homens violados sexualmente em Manica, centro de Moçambique, não denunciaram a ocorrência às autoridades, segundo o Inquérito Demográfico e de Saúde (IDS) de 2011, divulgado esta quarta-feira.

O inquérito, conduzido entre maio e outubro de 2011, com uma cobertura de 1.195 agregados familiares em Manica (13.964 no país) indica que, do total dos homens violados sexualmente, apenas 15,5 % pediu ajuda, uma percentagem baixa justificada pela vergonha ou medo de nova agressão que está próxima da média regional e nacional.

“Há mais violência sexual contra homens que não é reportada. Ao nível do centro de Moçambique o gráfico é mais alto na província de Tete”, indica-se o estudo do Instituto Nacional de Estatísticas de Moçambique (INE), que inquiriu homens entre os 15-64 anos e mulheres entre os 15-49.

Maioria dos homens violados sexualmente em Manica não denunciou

Dados estatísticos do Gabinete de Atendimento à Mulher e Criança Vítimas da Violência Doméstica (GAMCVD) de Manica, ligado à Polícia, indicam que de janeiro a março de 2011, o número de homens violados duplicou, com registo de 300 casos naquele período.

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No estudo, revela-se ainda que 38 das mulheres (com cônjuges) com autonomia financeira decidem sozinhas como usar o rendimento, 30 por cento depende do marido e apenas dois determinam juntos.

O documento representa um diagnóstico da população e do parque habitacional, incidindo sobre fecundidade, meios contracetivos, intenções reprodutivas, saúde, mortalidade infanto-juvenil e infantil, nutrição da mulher e criança,

“A partir desta informação os setores têm grandes desafios para melhorar as suas políticas, ver o que não está a correr bem e o que pode ser melhorado. Os resultados aqui divulgados para alguns sectores significam a necessidade de redobrar de esforço para melhorar”, disse Filipe Langa, delegado do INE em Manica.

Este é o terceiro inquérito que se realiza em Moçambique, depois de pesquisas idênticas em1997 e 2003.

RM