A denúncia é feita por Brian Wood, oficial de segurança regional na Embaixada dos Estados Unidos em Maputo, e publicada no site oficial do Maputo Corridor Logistics Initiative (MCLI), entidade tripartida (Moçambique, África do Sul e Suazilândia) que coordena investimentos para o desenvolvimento do “corredor”.
O texto não fornece detalhes sobre as incursões de tais assaltantes, mas refere-se a “vários incidentes” reportados envolvendo utentes da EN2.
Para lograr os seus intentos, de acordo com a fonte, os assaltantes posicionam-se em locais e períodos de pouco movimento, aproveitando o factor isolamento para atacar as suas vítimas com relativa segurança de não serem surpreendidos pelas autoridades. Segundo a fonte, o chefe das Operações no Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Maputo reuniu-se recentemente com o chefe da patrulha das fronteiras de Namaacha e de Goba, com o comandante distrital da Polícia na Namaacha e com responsáveis do quartel de Boane, em encontros destinados a traçar estratégias com vista a pôr cobro às investidas dos referidos indivíduos.
O chefe das Operações da PRM na província de Maputo é citado a dizer que a sua corporação é única com autoridade para estabelecer postos de controlo nas estradas do país. Segundo ele, na via em causa existem apenas dois postos permanentes de controlo, com forças combinadas, nomeadamente a Polícia de Guarda Fronteira, a Polícia Fiscal e a Polícia de Protecção.
Ocasionalmente, acrescenta a fonte, são instalados postos temporários de controlo nas vias para as fronteiras de Goba e da Namaacha, mas alerta que em tais postos devem estar sempre quatro agentes da Polícia, incluindo uma viatura da corporação estacionada em lugar visível.
“Se não forem observados estes itens os automobilistas devem sempre desconfiar, porque pode se estar em presença de indivíduos mal intencionados”, recomenda.
Contactada pela nossa Reportagem, Simiana Fondo, porta-voz da PRM na província de Maputo, não confirmou a existência de tais grupos de assaltantes, mas assegurou que a corporação vai trabalhar no sentido de esclarecer a situação, tendo prometido vir a público nos próximos dias com informações a respeito do assunto.
O movimento de pessoas e bens nas fronteiras de Goba e da Namaacha tem vindo a crescer nos últimos tempos em consequência do crescimento dos volumes de comércio entre Moçambique, África do Sul e Suazilândia.
Além da carga comercial da Suazilândia e da RAS em trânsito pelo Porto de Maputo as fronteiras são usadas para a entrada de turistas e de viaturas usadas adquiridas em Durban por cidadãos nacionais, mercadoria de elevado valor que pode estar no centro da motivação dos assaltantes.