Internacional Africa África do Sul: Bens de Mandela sob batalha jurídica

África do Sul: Bens de Mandela sob batalha jurídica

O célebre advogado e amigo de Nelson Mandela, George Bizos, anunciou a sua intenção de contra-atacar em Justiça as filhas do prémio Nobel da Paz, que o desafiam o direito de administrar dois fundos de investimentos pertencentes ao ex-Presidente sul-africano.

“Nós fomos mandatados para defender a recusa absoluta das alegações grosseiras proferidas pelas queixosas”, indicou o advogado de George Bizos, Michael Hart, num comunicado.

As duas filhas de Nelson Mandela, Makaziwe e Zenani, acusam Bizos, o ministro da Habitação, Tokyo Sexwale, e um outro advogado de se terem imposto como administradores da Harmonieux Investment Holdings e da Magnifique Investment Holdings, dois fundos estimados em cerca de 1,7 milhões de dólares no total.

Os três homens afirmam terem sido nomeados pelo próprio Nelson Mandela. Aos 94 anos, o ex-Presidente aparentemente não se pronunciou sobre o litígio.

Bizos está ligado a Mandela desde os anos 1960, quando o defendeu no julgamento por traição intentado pelas autoridades do apartheid. Nelson Mandela escapara então da pena de morte.

África do Sul: Bens de Mandela sob batalha jurídica

Os fundos em causa, que constituem apenas uma parte da herança do herói nacional, foram criados para gerir as receitas da venda da “mão de Nelson Mandela”, tornada uma imagem icónica do prémio Nobel da Paz por ser utilizada como logotipo que representa o próprio Mandela.

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Esta imagem é encontrada em t-shirts e em inúmeros objectos comercializados na África do Sul.

Enquanto isso, Mandela lançou quarta-feira um apelo à calma à nação e apresentou calorosamente “a mão a todos os sul-africanos brancos e negros”.

Nelson Mandela lançou este apelo por ocasião da comemoração do 20º aniversário do assassinato do líder do Partido Comunista sul-africano, Chris Hani, que influenciou nitidamente o curso da história neste país.

O Congresso Nacional Africano (ANC, no poder), prestou homenagem a Hani na mesma ocasião, afirmando que ele teria desempenhado um papel importante no Governo se ele sobrevivesse.

Hani foi assassinado a 10 de Abril de 1993 diante da sua casa, no subúrbio de Boksburg, perto de Joanesburgo, por um imigrante polaco de extrema-direita identificado como Janusz Walus.

Walus e o seu cúmplice, Clive Derby-Lewis, foram condenados à morte por este crime, mas as suas penas foram comutadas em prisão perpétua.