Cassamo Lalá contou a nossa fonte que o aluno de condução depois das aulas práticas e teóricas a nível da escola de condução, chega à fase do exame, mas antes do exame o candidato deve passar pela captação de dados junto dos Serviços de Viação. `Aí tudo pode acontecer!… Por exemplo o aluno que frequentou a escola de condução na especialidade de ligeiro, pode negociar com os Serviços de Viação do INATTER para ter pesado ou serviços públicos´.
O mais grave é que quando a escola detecta casos desses, manda o aluno imediatamente rectificar os dados captados nos Serviços de Viação, visto que são estranhos à entidade de formação. Só que quando confrontada com a situação, pela escola, o INATTER diz que `o sistema não permite a alteração de dados, algo que só pode ser feito depois do candidato tiver obtido a sua licença de condução´. E como as normas são violadas, Cassamo Lalá não tem dúvidas: `Só a corrupção pode explicar esse fenómeno´.
`Outro indício de corrupção´, segundo a nossa fonte, `está no licenciamento para serviços públicos de condução´. Segundo Lalá, `há cada vez mais licenciados em serviços públicos cuja proveniência é desconhecida, pois as escolas de condução dificilmente recebem candidatos para aquela especialidade´.
Questionado sobre como é que tem a certeza de que as escolas andam `às mosca´, Cassamo disse que são dados da Associação das Escolas de Condução (AEC), da qual é membro, e explica: `Nós temos um carro a nível da Associação para examinar os candidatos a serviços públicos, e sempre que a escola tiver candidatos dirige-se para lá. São poucos os dados que temos sobre esse tipo de serviços´ disse.
Cassamo vai longe mais longe e afirmar que `o INNATER não está preparado para lidar quer com a fiscalização, quer com a examinação dos candidatos´, e sustenta que `o INATTER não tem examinadores em número desejado, porque um examinador chega a trabalhar com mais de 20 candidatos por dia, para além de que não dispõe de espaço suficiente para examinar candidatos´.
Contactado o INATTER para se pronunciar sobre o assunto, o director-adjunto, Edgar Gemo, prometeu reagir `brevemente´. Enquanto aguardamos pela versão da INATTER fica aqui, por ora, a versão do conceituado director da Escola de Condução Internacional, Cassamo Lalá, que torna assim pública a denúncia de corrupção na entidade da administração pública que tem por função confirmar que os cidadãos estão habilitados a conduzir.