Sociedade Meio Ambiente Caju em Nampula: Subida do preço agita mercado de castanha

Caju em Nampula: Subida do preço agita mercado de castanha

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A comercialização de castanha de caju na província de Nampula está a processar-se num ritmo bastante acelerado nos últimos tempos, facto que é associado ao incremento do preço praticado pelos intervenientes o que estimula ao produtor a libertar o produto para os principais mercados.

O processo de comercialização da castanha de caju arrancou a escala nacional no final de Outubro numa cerimónia presidida pelo Presidente da República Armando Guebuza e que coincidiu com o lançamento da campanha agrária no povoado de Metocheria, distrito de Monapo, em Nampula.

Na altura o preço praticado era de Oito meticais o quilograma o qual, entretanto foi considerado baixo pelos produtores que desmotivados alegaram a falta de reconhecimento do seu esforço empreendido no maneio da cultura, processo que acarreta custos nomeadamente com a compra de serviços junto de provedores envolvidos na pulverização dos cajueiros.

Com o clima de insatisfação instalado no seio dos produtores/apanhadores, começou a assistir-se a escassez de castanha de caju nos potenciais mercados nomeadamente em Mogovolas, Erati, Monapo e Meconta. Seguidamente, confirmou-se o inevitável ou seja a pressão sobre o preço do produto que iniciou uma subida para patamares de dez meticais o quilograma no início do mês em curso. Actualmente o quilograma do produto está a ser vendido ao mínimo de 12 meticais segundo Emílio Furede, delegado do Incaju em Nampula

O nosso informador referiu que a subida do custo da castanha de caju nos mercados concorreu para o incremento de forma galopante dos volumes do produto comercializado, sendo que até quinta-feira cerca de 30 mil toneladas tinham sido compradas pelos principais intervenientes no processo, com destaque para os industriais do ramo baseados em Nampula, além de outros que se dedicam a exportação em bruto daquela cultura estratégica para a economia nacional.

A meta atribuída a província de Nampula por parte das entidades centrais ligadas ao fomento e comercialização da castanha de caju é 40 mil toneladas, quantidades que se acredita venham a ser alcançadas antes do termino de Janeiro próximo de acordo com o entrevistado que considera explosiva a situação actual dos mercados em razão dos preços concorrenciais que os compradores estão e prometem oferecer para atingir as suas metas.

Estatísticas relativas a evolução da comercialização da castanha de caju nas últimas cinco campanhas mostram que a província de Nampula tende a manter volumes médios superiores a 40 mil toneladas/ano do produto. Esta realidade está a estimular os industriais do ramo do caju a implantar unidades fabris para o processamento da castanha com impacto no aumento das receitas fiscais para os cofres do estado mas sobretudo para as oportunidades de oferta de emprego directo e indirecto, as populações.

Emílio Furede revelou ao “Noticias” que a Export Marketing, uma firma de capitais asiáticos vocacionada a comercialização e industrialização de produtos agrícolas, vai implantar uma nova unidade fabril cujas obras arrancam em Marco próximo no distrito de Mogovolas, que se tem assumido líder na produção de castanha de caju na última década.

A cidade de Nacala-Porto vai acolher, igualmente a partir do próximo ano, uma nova fábrica de processamento de derivados de amêndoa de castanha de caju, facto que simboliza o início de uma nova era no esforço visando conferir valor acrescentado aos produtos do caju. O empreendimento cuja construção está presa a finalização de pequenos detalhes, pertence a investidores nacionais e portugueses segundo a nossa fonte.