De acordo com o nosso interlocutor actualmente o grupo Shoprite em Moçambique paga um salário mínimo mensal de 3.560 meticais e o máximo de 15.600 para os trabalhadores com 15 anos de trabalho, tempo em que esta entidade opera no país.
Nunes afirmou que a paralisação é para pressionar um aumento de 2.500 meticais para os trabalhadores que auferem um salário virtual de 3.510 meticais, 18 por cento para os que auferem de 10 a 15 mil meticais e os que ganham acima deste último valor deverão ter um acréscimo de 15 por cento.
Associado a questão dos salários, os trabalhadores reivindicam o pagamento de subsídios, o reajustamento de horário, a elaboração de regulamento interno que satisfaça a classe trabalhadora e o melhoramento das relações laborais.
“Não estamos em greve por simples vontade, mas sim como medida de pressão ao patronato e em defesa dos nossos direitos que estão a ser violados. Há falta de vontade por parte da direcção da empresa em resolver os nossos problemas que duram já há muito tempo”, disse Nunes.
A direcção da empresa ainda não se pronunciou sobre a greve, mas a representação dos trabalhadores esteve reunida com a Comissão Nacional de Mediação de Conflitos, disse Nunes, vincando quem a paralisação laboral é nível nacional e deverá se prolongar até que a direcção da empresa se pronuncie em relação as preocupações dos trabalhadores.
Tentativas de buscar explicações junto a direcção da empresa resultaram num fracasso porque o Gerente Geral no Shoprite Maputo, de nome Feliciano Boane, escusou-se a falar com os Jornalistas, enviando através de um agente de segurança privada, um papel contendo o endereço electrónico e numero de telefone de Sarita Van Wyk, da sede do grupo Shoprite, na vizinha República da Africa do Sul, alegadamente por esta ser a única pessoa indicada para falar do assunto.
A paralisação dos supermercados Shoprite, na Praça da Paz, no edifício Marés e na Matola, criou embaraços a centenas de clientes que, nas primeiras horas da manhã, se deslocaram àqueles estabelecimentos para fazer as suas compras.
Entretanto grande parte dos trabalhadores grevistas afiançaram que o patronato está, desde a noite de segunda-feira, a treinar agentes de segurança para trabalharem como operadores de caixa para poder manter a loja a funcionar o que, segundo eles, não vai acontecer antes que a sua situação seja normalizada.