Economia Crédito bonificado pode estimular o auto-emprego – defendem estudantes da UCM

Crédito bonificado pode estimular o auto-emprego – defendem estudantes da UCM

O Governo deve adoptar políticas que estimulem o empreendedorismo através do crédito bonificado aos estudantes finalistas do Ensino Superior que apresentem projectos de auto-emprego financeiramente sustentáveis.
Crédito bonificado pode estimular o auto-emprego - defendem estudantes da UCM

Esta é a opinião unânime dos estudantes finalistas da Faculdade de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Católica de Moçambique em Quelimane, proferida por ocasião da primeira Feira de Simulação Empresarial, que teve ligar há dias naquele estabelecimento de ensino.

Para os estudantes não basta dizer que os jovens devem ser empreendedores quando na verdade não há incentivos que possam juntar o conhecimento técnico-profissional e o crédito bancário para viabilizar as iniciativas empresariais juvenis.

José Pedro é um dos estudantes entrevistado pela nossa Reportagem no final do evento, o qual teceu críticas sobre as políticas do Executivo que não robustecem o auto-emprego pelo facto de não criar uma linha específica de crédito para os finalistas, uma vez que a banca exige garantias que, entretanto, os estudantes ainda não possuem.

Leonilde Ferreira é outra finalista que naquela feira criou uma empresa fictícia virada à educação infanto-juvenil. Aquela estudante disse que o Executivo deveria aproveitar os ensinamentos deixados pelo ex-presidente do Brasil sobre como combater a pobreza, estimulando o nascente de empresas jovens que possa galvanizar a economia do país.

Os estudantes dos cursos de licenciatura em Economia, Gestão de Empresas, Contabilidade e Auditoria da Faculdade de Ciências Sociais e Políticas afirmaram que têm conhecimentos muito sólidos para serem grandes empreendedores, mas enfrentam limitações financeiras para viabilizar os projectos empresariais por si desenhados. É nesse sentido que pedem ao Governo para encontrar junto da banca e outros credores formas alternativas de financiamento das empresas que serão criadas por si.

O director da Faculdade de Ciências Sociais e Políticas, Armindo Tambo, disse na ocasião, que a Feira de Simulação Empresarial aparece como resposta ao desemprego, combate à pobreza e sobretudo para mostrar caminhos possíveis para que o estudante, recém-formado, encontre forma de se afirmar no mercado empresarial.

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O Armindo Tambo disse, em conversa com a nossa Reportagem, que o principal objectivo é estimular a criação de empresas juniores, fazendo com que os estudantes apliquem as ferramentas intelectuais adquiridas durante o curso na prática.

O projecto visou igualmente estimular o empreendedorismo, sabendo fazer, estar e ser a nível empresarial e de negócios, fundamentalmente, numa altura em que as organizações disputam o escasso mercado, apostando na competição e competitividade.

“Este projecto incentiva e faz com que os estudantes sejam mais criativos, inovadores e que tenham o espírito empreendedor”, disse Armindo Tambo, para quem a Universidade Católica de Moçambique é a primeira instituição do Ensino Superior a nível nacional a implementar o projecto simulação empresarial.

Os estudantes são acompanhados atentamente pelos docentes com formação na área empresarial que privilegia na sua acção docente a elaboração de plano de negócios que engloba o plano estratégico, estudo do mercado, plano operacional e financeiro, estudo de viabilidade económica, legalização da empresa, conhecimentos sobre os impostos.O director da Faculdade de Ciências Sociais e Políticas da UCM disse que após a formação não só na simulação mas, fundamentalmente, ao longo do curso vai contribuir para que não esperem que sejam empregados mas que possam criar os seus próprios empregos e criem condições de empregabilidade para outros jovens. O outro objectivo da simulação empresarial vai fazer com os estudantes finalistas identifiquem e façam o uso das oportunidades oferecidas pelo mercado e desenvolvam actividades empreendedoras com vista com vista a satisfazer o desenvolvimento da província da Zambézia de um modo particular e do país em geral.Entretanto, a directora provincial da Indústria e Comércio, Josefa Sing Sang, em representação do Executivo da Zambézia apelou aos finalistas para se candidatarem aos fundos de combate à pobreza e a banca comercial para viabilizarem os seus projectos.Participaram, no evento, cento e dez estudantes finalistas, o Governo, sector privado e sociedade civil.