Para António da Costa, antigo árbitro de futebol e residente local, o actual progresso socioeconómico da Maxixe está a deixar os dirigentes atónitos e sem ideias para responder com investimento público, pois actualmente andar de carro na Maxixe é muito mais complicado porque não há estrada para tantas viaturas que actualmente existem e outras que ainda continuam a entrar.
“Acho que o Conselho Municipal deve investir mais na sinalização do trânsito rodoviário. Maxixe hoje precisa muito mais do que isso para evitar engarrafamentos, bem como acidentes de viação”, disse António da Costa.
O nosso interlocutor alertou a edilidade que já é altura para pensar no que Maxixe será no futuro, sendo por isso importante idealizar a colocação de semáforos nas rodovias mais movimentadas, onde actualmente se registam acidentes de viação com muita frequência.
O entroncamento entre as Avenidas Patrice Lumumba e Heróis Moçambicanos, na região da Administração Nacional de Estradas, a esquina de Quatro Ases, ao lado da terminal dos transportes semicolectivos de passageiros, bem como na intercepção da via que vai dar à ponte-cais e a Estrada Nacional Nº Um, defronte da Pousada da Maxixe e Hotel Golfinho Azul, precisam de outras medidas mais do que apenas sinais de trânsito ali colocados, tanto verticais como horizontais.
Por seu turno, António Zacarias, jornalista do “Magazine Independente”, residente naquela cidade, é de opinião que a edilidade da Maxixe devia resolver os problemas de circulação rodoviária, expandindo os investimentos públicos para bairros suburbanos, como forma de descongestionar o centro da cidade com serviços da utilidade pública.
“Repara que Maxixe, além de estar saturada pelo crescimento do parque automóvel, é também sufocada por transeuntes que, vezes sem conta, escalam aqui não só à procura de serviços básicos, tais como padarias, estações de serviço, como também de instituições bancárias, para além de contemplarem a beleza paisagística que a natureza nos oferece e tudo isto se confina na mesma estrada, ou seja, na única berma que a cidade possui. Daí que, paulatinamente, o Conselho Municipal tem de autorizar a edificação de empreendimentos um pouco fora da cidade para tirar as pessoas que todos dias se dirigem para comprar pão, fósforo, agulha, petróleo, sal, açúcar, tomate, entre outras necessidades de uso doméstico”, disse António Zacarias.
Num outro desenvolvimento, Zacarias entende que os passageiros que transitam para vários pontos do país que param alguns minutos na cidade da Maxixe para, entre vários objectivos, saborear a água de lanho, o bolinho de sura, o próprio coco, as saborosas mangas rosas de Cambine, amêijoa e tudo mais, deviam ter um ambiente bem organizado, para aquisição disto tudo.
Actualmente verifica-se uma disputa de espaço entre viaturas, passageiros e comerciantes e este movimento de pessoas a correrem de um lado para o outro atrás de clientes nos autocarros e camiões cria um pandemónio na circulação rodoviária naquela cidade, onde as ruas já são tão poucas face ao crescimento do parque automóvel da cidade.
Maxixe Cresceu
Entretanto, o presidente do Conselho Municipal da Maxixe, Narciso Pedro, disse que a deficiente circulação rodoviária que a cidade enfrenta nos últimos dois anos é fruto de um crescimento assinalável, havendo por isso a necessidade de os munícipes continuarem a desenvolver as suas actividades, respeitando as posturas municipais para que Maxixe cresça de uma maneira sustentável e ordenada.
“Quando nos tornámos município, Maxixe metia água por todos os lados, tivemos de levantar a cabeça para ver o que se devia fazer e hoje somos o que somos porque todos unidos trabalhámos, fragilizámos as dificuldades, estamos a empurrar a pobreza, daí que aquilo que é problema hoje devido ao nosso crescimento, todos juntos como sempre vamos ultrapassá-lo”, garantiu Narciso Pedro.
A nossa fonte acrescentou que em 1998 Maxixe não tinha água potável para todos, não se podia chegar a vários bairros porque as ruas não eram suficientes, as unidades sanitárias não eram mais do que dedos de uma só mão, sendo que a urbe tinha apenas uma escola secundária e muitas crianças estudavam sentadas no chão.
“Mas hoje a população fez muita coisa e já conseguimos ver onde queremos chegar. Até ao fim deste mandato a nossa aposta é continuar a abrir arruamentos e asfaltar outras, queremos levar a energia eléctrica para todos os bairros. Vamos montar uma esquadra policial em Nhaquiviga, e mais uma escola primária no bairro Chambone”, prometeu Narciso Pedro, para quem a circulação rodoviária é também uma das preocupações do seu executivo porque, de facto, quase que não se anda à vontade naquela cidade.