De acordo com dados avançados pelas autoridades daquela que é considerada a maior unidade sanitária da província de Manica, o número chegou a atingir, até este mês, 33 casos, contra apenas oito registados todo o ano passado. Refira-se que estas são as vítimas chegam com vida ao Hospital Provincial de Chimoio, dado haver casos em que as vítimas chegam a perder a vida nos locais onde ocorrem os ataques ou mesmo a caminho das unidades sanitárias.
De acordo com o médico cirurgião daquela estância hospitalar que tem atendido estes casos, a maioria das vítimas são menores de dez anos de idade, os quais são atacados pelos répteis quando invadem a mata à caça de ratos.
Os menores têm sido, muitas vezes ou quase sempre, atacados nos membros superiores, nas circunstâncias em que vasculham os esconderijos de ratos, quando, nalgumas vezes, os buracos que invadem são na verdade de cobras.
Este número aumentou bastante no decorrer deste mês, o que chamou atenção das autoridades daquele hospital, que na altura da nossa reportagem albergava cinco indivíduos, três dos quais menores de 12 anos de idade.
De acordo com Jorge Vicente, 15 por cento de número de picadas até agora registadas ocorreram na localidade de Marera, posto administrativo de Macate, no distrito de Gondola, uma localidade muito próxima de Chimoio, que faz fronteira com aquele distrito através do bairro 7 de Abril, na cidade de Chimoio, sendo no entanto mais próximo do hospital provincial que do hospital distrital de Gondola. Os bairros 25 de Junho e Macate-sede, juntos, perfazem 18 por cento de casos que deram entrada no hospital provincial.
Segundo explicou Vicente, há dois tipos de grupos de serpentes, de acordo com a periculosidade do seu veneno. “O primeiro grupo é do tipo neurotóxicas, consideradas mais venenosas, cujas picadas são fatais, não dando sequer qualquer possibilidade da vítima chegar ao hospital. O segundo tipo é das ematotóxicas, cujo veneno destrói células sanguíneas, mas, em caso de socorro imediato, as vítimas podem chegar ao hospital e poderem ser tratadas, embora os casos mais demorados possam resultar na amputação de membros que se sofreram picadas”.