Quase metade da população sudanesa enfrenta uma crise de fome sem precedentes, consequência dos conflitos que se prolongam há mais de dois anos.
O sector agrícola, essencial para a economia do país, encontra-se em colapso, resultando numa acentuada diminuição da produção.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 24,6 milhões de sudaneses enfrentam “grave insegurança alimentar”, uma situação que afecta aproximadamente 637 mil pessoas. Na sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde confirmou que algumas regiões do Sudão já registam casos de fome, conforme reportado pela CCTV.
A agricultura, que é a espinha dorsal da economia sudanesa, tem sofrido severamente com os conflitos generalizados que destruíram sistemas de irrigação, expulsaram trabalhadores rurais de suas terras e deixaram vastas áreas sem cultivo. Desde 2024, o conflito alastrou-se para as principais regiões produtoras de grãos no centro e sudeste do Sudão, piorando ainda mais a situação das terras aráveis.
O projecto agrícola de Gezira, a maior zona agrícola irrigada do Sudão, foi particularmente afectado. As autoridades locais estimam que os danos causados pelo conflito ascendem a entre 15 e 20 biliões de dólares.
Embora os combates em Gezira tenham diminuído desde o início do ano e algumas famílias deslocadas estejam começando a retornar, o processo de recuperação tem sido moroso e complicado. A situação continua a exigir atenção urgente para evitar uma catástrofe humanitária ainda maior.