Na sua habitual intervenção dominical, o Papa Leão fez um apelo à paz e à libertação dos reféns no Haiti, durante uma cerimónia que teve lugar na Praça de São Pedro.
O pontífice descreveu a situação no país como “cada vez mais desesperadora”, instando os fiéis a unirem-se em oração pela tranquilidade e segurança do povo haitiano.
A declaração surge num momento crítico, uma vez que o governo do Haiti anunciou a implementação de um estado de emergência de três meses na região central, em resposta ao crescente aumento da violência perpetrada por gangues. Esta área, reconhecida como o celeiro de arroz do país, tem sofrido ataques constantes, resultando em trágicas consequências para os agricultores que se veem obrigados a abandonar as suas terras e comunidades.
Dados recentes do Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas revelam uma alarmante escalada de violência, com mais de mil mortes registadas entre Outubro de 2024 e Junho de 2025, além de mais de 200 feridos e 620 casos de sequestro nos departamentos de Artibonite e Central. A violência resultou igualmente no deslocamento de mais de 239 mil pessoas, criando uma crise humanitária na região.
Em um ato de desespero, no final de Abril, dezenas de cidadãos tentaram atravessar nadando o maior rio do país, na busca por segurança longe das ameaças das gangues. A instabilidade no Haiti continua a ser uma preocupação crescente para a comunidade internacional.