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Moçambique se prepara para assinatura de novo acordo de financiamento com o FMI

O Governo de Moçambique encontra-se prestes a formalizar um novo programa de financiamento com o Fundo Monetário Internacional (FMI), uma acção prevista ainda para este ano, em resposta ao conjunto de reformas em curso no país.

O Presidente da República, Daniel Chapo, anunciou esta possibilidade durante uma conferência de imprensa realizada em Sevilha, Espanha, à margem da IV Conferência das Nações Unidas sobre o Financiamento ao Desenvolvimento (FFD4). Chapo sublinhou que as negociações com o FMI têm tido uma recepção positiva, permitindo, assim, a expectativa de assinatura de um novo programa.

Chapo explicou que o novo acordo estará orientado para as reformas do sector público, bem como para a promoção de investimentos em infraestruturas essenciais. “Temos um programa de reformas em marcha, o que justifica a necessidade de um novo entendimento com o FMI”, afirmou.

Com a assinatura deste novo programa, o governo de Moçambique tenciona revitalizar a sua visão para as relações de cooperação com o FMI. O Chefe do Estado reiterou que a intenção é estabelecer uma nova abordagem que favoreça um ambiente de negócios propício à atracção de investimentos, tanto internos como estrangeiros.

O Presidente também teve oportunidades de diálogo com a liderança do Banco Mundial, onde foram discutidos os programas de desenvolvimento de Moçambique, com destaque para as reformas no sector público e a melhoria do ambiente de negócio bancário. A concordância entre o FMI e o Banco Mundial em apoiar as reformas e os esforços de combate à corrupção foi enfatizada.

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O processo de digitalização promovido pelo governo moçambicano foi igualmente salientado pelos representantes do FMI e do Banco Mundial, que demonstraram interesse em contribuir para este projecto, considerando-o uma ferramenta crucial na luta contra a corrupção.

Durante a reunião, Chapo apresentou ainda projectos fundamentais para a economia moçambicana, incluindo Mphanda Nkuwa, um megaprojecto de energia renovável com um investimento estimado em cinco mil milhões de dólares. Este projecto, situado no rio Zambeze, é visto como vital para o incremento da produção de energia hidroeléctrica no país.

Recentemente, o FMI em Moçambique destacou que o diálogo com o governo tem sido produtivo, indicando que as negociações para reiniciar o apoio financeiro ao país poderão estar próximas.

A IV FFD4, que reúne líderes e especialistas globais, decorre de segunda a quarta-feira, marcando uma década desde a última conferência realizada em 2015, na Etiópia.