O Governo de Moçambique reforçou o seu compromisso na busca de uma nova vacina contra a tuberculose, com o intuito de salvar vidas, especialmente das crianças, que constituem o grupo mais vulnerável à doença.
A declaração foi feita pelo Secretário Permanente do Ministério da Saúde (MISAU), Ivan Manhiça, durante a abertura do 4.º Simpósio em Saúde Global da Fundação Manhiça e do 1.º Fórum da Iniciativa Contra a Tuberculose, sob o lema “Três Décadas de Impacto na Saúde Infantil”.
Manhiça sublinhou que a mesa redonda sobre o papel da sociedade no desenvolvimento da nova vacina destaca a natureza colectiva dessa luta, que envolve ciência, justiça social e o direito à vida. O Secretário Permanente apontou para o Centro de Investigação em Saúde de Manhiça (CISM) e o Instituto Nacional de Saúde (INS) como pilares essenciais na busca de soluções sustentáveis e cientificamente fundamentadas.
“Estamos a iniciar um novo capítulo na luta contra a tuberculose, com a Iniciativa de Tuberculose da Manhiça, que procura uma vacina urgente e necessária”, afirmou Manhiça, reconhecendo os avanços significativos alcançados nas últimas três décadas no combate a doenças como a malária e a tuberculose.
Embora tenham sido feitos progressos, a tuberculose permanece um desafio significativo para a saúde pública em Moçambique, frequentemente associada ao HIV e a um impacto desproporcionado nas populações mais desfavorecidas. O Secretário Permanente apelou à necessidade de uma maior participação da sociedade civil, reguladores, comunidades e jovens cientistas, assim como líderes locais e diversos sectores da saúde e educação.
Francisco Saúte, director-geral do CISM, anunciou que estão a ser realizados ensaios de uma nova geração de vacinas, baseadas em tecnologias inovadoras. “A tecnologia mRNA, desenvolvida inicialmente na luta contra a Covid-19, está agora a ser aplicada numa nova vacina contra a tuberculose, ainda em fases preliminares de avaliação”, esclareceu.
O evento reúne representantes de centros de pesquisa, parceiros locais e internacionais, cientistas, autoridades governamentais, académicos e membros da sociedade civil, com o objectivo de discutir os desafios presentes e futuros da saúde infantil, bem como aumentar a consciência sobre a prevenção da tuberculose, uma das doenças infecciosas mais mortais no mundo.