A Primeira-dama de Moçambique, Gueta Chapo, manifestou a sua preocupação com o crescente número de mulheres a cumprir pena na cadeia central, muitas delas condenadas por crimes de violência, incluindo agressões contra familiares.
Durante uma visita de trabalho à cidade da Beira, na província de Sofala, Gueta Chapo lamentou o alarmante nível de violência perpetrado por algumas mulheres, culminando nas suas condenações, e sublinhou que o papel da mãe é fundamental como educadora de uma sociedade saudável.
A Primeira-dama referiu exemplos de mulheres que maltratam as suas crianças e também casos de agressão contra maridos. “Quando se descobre que uma criança cometeu um erro, muitas vezes sofre consequências graves”, disse Gueta Chapo, enfatizando a necessidade de uma mudança de mentalidade.
Gueta Chapo indicou ainda que a agressão de algumas mulheres contra os seus companheiros, a propósito do Dia da Mulher Moçambicana, demonstra a urgência de promover a educação dentro da família. “Precisamos educar as nossas filhas e mudar as nossas práticas para evitar que muitas crianças fiquem abandonadas nas ruas e muitas mulheres encarceradas”, afirmou.
Questionou também a eficácia do aumento do espaço na penitenciária sem uma transformação das mentalidades. “As mulheres pedem uma cela maior, mas o que vale isso se a forma de pensar não muda?”, desafiou.
A Primeira-dama alertou para o crescente consumo de drogas entre as crianças, questionando o papel das mães e mulheres. “O problema das drogas nas nossas escolas é sério. Onde estamos como mães?”, indagou.
Durante o encontro, foram levantadas preocupações sobre o assassinato de 12 mulheres desde o início do ano. Inês Chirinda, residente local, pediu apoio para lidar com essa situação alarmante, afirmando: “A cada dia que passa, uma mulher é morta, e não sabemos como agir.”
Gueta Chapo concluiu a reunião apelando a todas as mulheres da província de Sofala para abandonarem as suas divergências políticas e unam esforços na luta contra as adversidades que afectam a sociedade.
Além das conversações com as mulheres, a Primeira-dama ofereceu meios circulantes a mais de 200 líderes tradicionais dos 13 distritos de Sofala e mostrou a sua solidariedade com as crianças acolhidas no Infantário 1° de Maio, na Beira.