O Parque Nacional de Maputo está a implementar melhorias na sua vedação com o objectivo de evitar a fuga de elefantes e minimizar o conflito entre humanos e fauna.
O projecto conta com o apoio do Instituto Camões, conforme revelou o administrador do parque, Miguel Gonçalves, em declarações à Lusa.
O parque já se encontrava totalmente vedado, no entanto, o modelo anterior mostrava-se ineficaz, uma vez que os elefantes, ao longo dos anos, desenvolveram métodos para ultrapassar as barreiras. Miguel Gonçalves enfatizou que a requalificação dos 145 quilómetros de vedação está 25% concluída e deverá ser finalizada até Dezembro.
Uma das principais inovações na vedação é a implementação de um sistema eléctrico, que terá como função dissuadir os elefantes de tentarem romper a barreira. “Estamos a juntar os fios electrificados para que os elefantes não consigam puxá-los nem agarrá-los com a tromba, uma vez que isso resulta em choques eléctricos. Também estamos a adicionar mais fios para dificultar ainda mais a possibilidade de quebra da vedação”, explicou o administrador.
O Parque Nacional de Maputo é um dos cinco locais identificados com “excepcional potencial” para receber o estatuto de Património Mundial pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). A decisão final será tomada em Julho pela UNESCO. Numa nota emitida a 02 de Junho, a IUCN sublinhou que, caso o comité intergovernamental siga o seu parecer na próxima reunião, o parque poderá ser reconhecido por suas “paisagens incríveis, marinhas e áreas de rica geodiversidade e biodiversidade”.
Desde a sua criação em 1932, inicialmente como uma pequena área de caça, onde o elefante era um dos principais alvos, o parque evoluiu significativamente. Em 1969, foi classificado como Reserva Especial de Maputo, devido à sua biodiversidade. Após o impacto negativo da guerra civil, a protecção do parque foi revitalizada com um memorando de entendimento assinado em 2006 entre o Governo e a Peace Parks Foundation. Desde 2010, o parque tem testemunhado um crescimento constante, com a reintrodução e translocação de várias espécies.