O governo moçambicano deu início a um projecto agrícola que visa aprimorar o sistema alimentar do país e fortalecer a fertilidade do solo, além da gestão das culturas.
O projecto, intitulado “Mapeamento do Solo para Sistemas Agroalimentares Resilientes, Visão para Culturas e Solos Adaptados (SoiLFER-VACS)”, foi lançado na terça-feira, em Maputo, em colaboração com o governo japonês e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
Conforme afirmou Acubar Baptista, secretário permanente do Ministério da Agricultura, a saúde do solo é fundamental para garantir a intensificação sustentável da agricultura. Baptista realçou que o projecto é especialmente importante num momento em que o Ministério enfrenta o desafio de melhorar o sistema alimentar, visando um aumento na produção e produtividade agrícola.
O secretário permanente explicou que o país carece de informações sistematizadas que possibilitem decisões acertadas para o uso eficiente dos solos na produção agrícola. “Esperamos que o levantamento de solos proposto no projecto identifique limitações e faça recomendações sobre a adequação dos solos para culturas estratégicas, contribuindo assim para o aumento da produção agrícola,” afirmou.
Baptista destacou que a prioridade será dotar o laboratório de solos do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) de melhores condições e capacitar tecnicamente o pessoal do laboratório. “Melhorar a capacidade de análise do laboratório central de solos do IIAM é crucial, uma vez que permitirá fornecer informações sobre a gestão adequada dos solos, incluindo o tipo e a quantidade de fertilizantes a aplicar, prevenindo a degradação ambiental e gastos desnecessários devido à aplicação excessiva de fertilizantes.”
Adicionalmente, a introdução de ferramentas de análise de solo permitirá reduzir o tempo de análise, possibilitando que as informações sejam transmitidas rapidamente aos produtores.
Por sua vez, o embaixador japonês, Hamada Keiji, observou que o projecto será vital para o país, uma vez que 80% da população activa em Moçambique trabalha na agricultura e 96% dos agricultores estão em áreas rurais. “A agricultura é crucial para Moçambique, pois aumenta a produtividade e cria empregos, o que deve contribuir para a redução da pobreza e melhoria da segurança alimentar,” disse.