Sociedade Inundações e ciclones afectam mais de um milhão de habitantes em Nampula

Inundações e ciclones afectam mais de um milhão de habitantes em Nampula

A actual época chuvosa, a caminho do seu fim, deixou um rasto de destruição significativo na província de Nampula, afectando mais de um milhão de habitantes. 

O Secretário de Estado local, Plácido Pereira, revelou estes dados durante uma sessão do Comité Operativo de Emergência, onde foi feito um balanço das acções desenvolvidas pelas autoridades em resposta a esta calamidade.

A província foi severamente impactada por três ciclones de grande magnitude: Chido, Dikeledi e Jude. Estes fenómenos naturais, aliados a ventos intensos, chuvas torrenciais e descargas eléctricas, resultaram em inundações devastadoras, particularmente nos distritos costeiros de Mossuril e Ilha de Moçambique.

“As chuvas intensas, com destaque para a passagem do ciclone Jude, provocaram o transbordo dos principais rios, resultando em inundações que danificaram consideravelmente infraestruturas”, detalhou Pereira. A destruição incluiu a perda de habitações, escolas, unidades de saúde, e até mesmo o ferimento e perda de vidas humanas, bem como danos a sistemas de electricidade e a perda de hectares de colheitas.

As acções humanitárias enfrentaram obstáculos significativos, incluindo a insuficiência de fundos e a degradação das vias de acesso, dificultando a mobilização de ajuda a áreas isoladas. O Secretário de Estado sublinhou o papel crucial das autoridades na mitigação dos efeitos das calamidades.

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Anacleta Botão, delegada provincial do Instituto Nacional de Gestão do Risco de Desastre (INGD), enfatizou a importância da coordenação entre todos os intervenientes para garantir uma assistência eficaz às comunidades afectadas. Botão destacou ainda a necessidade urgente de recursos adequados para responder a crises futuras.

Neste momento, os 75 centros de acolhimento foram encerrados, permitindo que os antigos ocupantes regressassem às suas casas ou se deslocassem para locais seguros onde o governo providenciou apoio. A delegada do INGD manifestou a esperança de que, nas futuras épocas chuvosas, as equipas de socorro disponham de melhores meios de acesso às áreas afectadas, como embarcações e veículos anfíbios.

Por fim, o processo de reassentamento de famílias que foram deslocadas de zonas de risco, especialmente nas áreas de Mossuril e Ilha de Moçambique, continua em curso, numa tentativa de assegurar a segurança das comunidades vulneráveis.