Os médicos residentes do Hospital Central de Maputo, a maior unidade de saúde em Moçambique, anunciaram hoje um entendimento com o governo que resultará na suspensão da sua greve parcial.
A greve, que se iniciou há três dias, consistia na recusa dos profissionais de saúde em trabalhar horas extraordinárias. Os médicos haviam alertado, no final de Maio, que deixariam de realizar horas adicionais a partir de 1 de Junho, a menos que o governo saldasse a dívida referente ao trabalho suplementar realizado nos meses anteriores.
Essa posição significava que os médicos se recusavam a trabalhar após as 15h30, nos fins de semana e em feriados. A administração do hospital recebeu uma carta a solicitar o pagamento do trabalho extraordinário acumulado ao longo dos últimos treze meses.
Após negociações com o Ministro da Saúde, Ussene Issa, os médicos decidiram suspender a greve, embora tenham advertido que, caso o governo não cumpra as promessas feitas, a paralisação será retomada.
O porta-voz dos médicos em greve, Ossifo Cafur, declarou aos jornalistas que a decisão de suspender a greve foi considerada razoável, uma vez que o Ministro “se comprometeu a resolver os problemas directamente”.
“Suspendemos a greve temporariamente”, afirmou Cafur, sublinhando que confiavam no Ministro e na sua equipa de negociação. No entanto, advertiu que, se a palavra não for cumprida, “voltaremos a entrar em greve imediatamente”.
Os profissionais de saúde deram ao governo um prazo de 30 dias para o pagamento das horas extraordinárias. “Vamos aguardar mais 30 dias”, disse Cafur, citado pela agência noticiosa portuguesa Lusa. Ele frisou que a falta de pagamento afecta mais de 300 médicos do Hospital Central.