Destaque Brasil: Polícia pede indiciamento de Jair Bolsonaro por espionagem ilegal

Brasil: Polícia pede indiciamento de Jair Bolsonaro por espionagem ilegal

A polícia brasileira solicitou o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais de 30 indivíduos envolvidos em uma investigação que apura o uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionagem de opositores e disseminação de informações falsas sobre o sistema eleitoral do país.

Em comunicado oficial, as autoridades relataram a conclusão do inquérito que investiga a alegada existência de uma organização criminosa dedicada ao monitoramento ilegal de autoridades públicas e à produção de notícias falsas, um caso conhecido como “Abin Paralela”.

O pedido de indiciamento inclui, além de Jair Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro, o deputado federal Alexandre Ramagem, que liderou a Abin durante a administração anterior, e o actual director da agência, Luis Fernando Corrêa, por obstrução da Justiça. O relatório final foi remetido ao Supremo Tribunal Federal (STF), e o processo segue em tramitação sob sigilo.

Até o momento, Jair Bolsonaro, Ramagem e Corrêa não se pronunciaram publicamente sobre o pedido. Por outro lado, Carlos Bolsonaro, que é vereador no Rio de Janeiro e filho do ex-presidente, manifestou-se nas redes sociais, afirmando que o indiciamento seria um ato político relacionado às eleições de 2026. Em sua declaração na rede social X, Carlos Bolsonaro questionou a motivação por trás do pedido, insinuando que estaria ligado à actual administração do presidente Lula.

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Um relatório da Polícia Federal, divulgado em Julho de 2024, apontou indícios de espionagem ilegal contra parlamentares, juízes do STF e jornalistas durante o governo de Bolsonaro. O escândalo eclodiu em Outubro de 2023, após a primeira operação policial que resultou na prisão de dois funcionários da Abin suspeitos de utilizarem ilegalmente o software de espionagem israelita FirstMile.

Este software, adquirido pelo Governo brasileiro no final de 2018, permite a geolocalização de indivíduos através do sinal emitido pelos seus telemóveis e teria sido utilizado para colectar dados de alvos supostamente espionados a pedido do ex-presidente e de seu grupo político.